Pedro Silva Pereira, Zorrinho e Maria João Rodrigues ficam no Parlamento Europeu
Convenção do PS para as europeias será a 16 de Fevereiro. A aposta é em lista paritária a 50% e na geração de sub-50.
Carlos Zorrinho, Pedro Silva Pereira e Maria João Rodrigues deverão ser de novo candidatos pelo PS às eleições para o Parlamento Europeu que se realizam a 26 de Maio de 2019. Os principais nomes da lista socialista e a personalidade que será cabeça de lista deverão ser apresentados na Convenção Europeia marcada para 16 de Fevereiro, no Porto.
Dos actuais deputados, estes três têm já lugar garantido na lista às europeias, eleições em que o PS aposta eleger os mesmo oito eurodeputados de 2014 ou mesmo subir para nove o número dos seus representantes no parlamento que se reúne em Bruxelas e Estrasburgo.
O anterior cabeça de lista, Francisco Assis, ainda não comunicou oficialmente à direcção do PS se quer ou não sair do Parlamento Europeu, pelo que a hipótese da sua recandidatura não está formalmente afastada, embora tudo indique que Assis não volte a Estrasburgo. Depois de ter sido noticiado que estaria de saída, Assis afirmou em entrevista ao PÚBLICO, antes do último Congresso do PS, que não tinha “nenhuma decisão tomada”, mas que não estava disposto a “renegar” as suas “convicções mais profundas”, concretamente no que se refere às críticas que fez à aliança político-parlamentar do PS com o BE, o PCP e o PEV. E garantia: “Imaginemos que o PS, de facto, enfatiza nos próximos tempos a necessidade de projectar esta solução governativa no futuro. Nesse caso, é evidente que eu tenho de me afastar de tudo.”
Outros dois eurodeputados que poderão continuar são Liliana Rodrigues, representante do PS-Madeira, e Ricardo Serrão Santos, designado para a lista pelo PS-Açores. Caberá às estruturas regionais do partido a decisão sobre a sua recandidatura ou substituição. O PS-Madeira e o PS-Açores são as únicas estruturas do PS que têm direito a designar candidato próprio elegível na lista às europeias.
Saídas confirmadas
De saída já confirmada do Parlamento Europeu estão Ana Gomes e Manuel dos Santos. A eurodeputada já há meses formalizou a sua decisão de deixar o lugar que ocupa desde 2004. E Manuel dos Santos, que representa o PS-Porto, deixará a lista por decisão da direcção nacional do partido, uma vez que é alvo de um processo disciplinar interno, exigido pelo próprio líder, António Costa, por ter escrito no twitter que a ex-deputada do PS e actual presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, era “cigana”.
Em substituição de Manuel dos Santos, a Federação do PS-Porto deverá indicar um nome, embora as federações do continente não tenham lugar elegível garantido. Tudo indica, neste momento, que o candidato a propor pelo PS-Porto seja Manuel Pizarro, o presidente daquela estrutura distrital dos socialistas, vereador na Câmara do Porto e ex-secretário de Estado da Saúde nos governos de José Sócrates.
Também a Federação da Área Urbana de Lisboa do PS (FAUL) não tem direito a indicar um nome para lugar garantidamente elegível. Mas se António Costa quiser e o próprio estiver interessado, a federação de Lisboa, agora presidida pelo vereador Duarte Cordeiro, irá apoiar Marcos Perestrello, antigo líder da FAUL e ex-secretário de Estado da Defesa.
Por sua vez, a ex-ministra da Administração Interna e actual deputada à Assembleia da República Constança Urbano de Sousa já comunicou à direcção do PS que não está disponível para integrar a lista ao Parlamento Europeu. Constança Urbano de Sousa chegou a ser considerada como possível candidata em lugar elegível, já que tem currículo específico em questões europeias, tendo sido coordenadora da Unidade Justiça e Assuntos Internos da Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (Reper).
Sub-50
O secretário-geral do PS já anunciou que a lista do PS ao Parlamento Europeu obedecerá a regras de representação por género paritárias de 50%. Ou seja, dos 21 candidatos, pelo menos dez terão de ser mulheres.
O outro critério da escolha já estabelecido como regra a ser integralmente respeitada é que o de que os novos candidatos sejam pessoas da geração de António Costa, actualmente com 57 anos, ou de gerações mais novas. A ideia é a de que o Parlamento Europeu deixe de ser olhado como uma reforma dourada e passe a ser entendido como um mandato de valorização e formação de novos quadros políticos do partido.
Os candidatos, se não todos pelo menos os primeiros na lista, serão anunciados no Porto a 16 de Fevereiro, na convenção que servirá também para lançar o programa eleitoral e dar arranque à campanha. Anteriormente, realizar-se-ão sete convenções europeias regionais, uma por cada região do continente mais duas pelas regiões autónomas.
As convenções europeias regionais decorrem entre 12 de Janeiro e 9 de Fevereiro. Já em Dezembro, como tiro de partida para as eleições do Parlamento Europeu, realiza-se a 8 e 9 de Dezembro, em Lisboa, o Congresso do Partido Socialista Europeu.