Miragem Meus Putos, de Diogo Baldaia, vence o Vienna Shorts Festival

Três contos musicais da juventude. Um jovem cineasta que filma gestos, mais do que uma narração. Um júri que ficou hipnotizado.

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Diogo Baldaia, Cabelo facial
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Diogo Baldaia

O júri que entregou esta tarde a Diogo Baldaia o prémio para Melhor Ficção & Documentário do Vienna Shorts Festival, o maior festival de curtas austríaco, que existe desde 2004, ficou hipnotizado: "O prémio vai para uma descrição cativante, poética e sensual da juventude, um filme estupendo que nos deixou hipnotizados pela imensidão das maravilhas que este meio, que pensávamos conhecer tão bem, ainda tem para oferecer", escrevem, em comunicado, Alexandra Zawia, programadora do festival austríaco Diagonale, a fotógrafa e escritora Pamela Pianezza e o responsável da programação de curtas do Festival de Roterdão, Peter van Hoof. São citados pela Portugal Film, Agência Internacional de Cinema, que assim divulgou à imprensa a terceira distinção concedida a Miragem Meus Putos, depois da conquista do prémio da Melhor Curta Portuguesa no IndieLisboa em 2017 e da Menção Especial do Júri da Competição Internacional do Glasgow Short Film Festival, em Março.

Foi no início deste ano que integrámos Diogo Baldaia, 25 anos, numa edição especial do suplemento Ípsilon que reunia uma série de apostas para futuros encontros – isto é, para nosso bem vamos encontrá-los, mesmo que mais à frente. No caso de Diogo, começámos já a encontrá-lo, a ele e à forma como põe os filmes a falar com gestos. Aqui em Miragem Meus Putos, três contos musicais da juventude, a escola, o futebol, uma passagem de ano , como antes em Vulto (2014, Menção Honrosa de Melhor Actor para Rodrigo Perdigão no Curtas Vila do Conde) e em Fúria (2013, menção honrosa no Córtex 2015), quando tudo falha (ou porque a escola se desvanece ou porque a família se ausenta), temos o corpo. É com ele que estes filmes acontecem. O realizador dizia-nos isto, é o seu programa, até ver..., naquela edição do Ípsilon: “Quero que o real bata certo. As curtas são apontamentos, músicas, o importante é sugerir algo ao real. O importante para mim é, apesar de as ideias estarem presentes na cabeça, que o filme aconteça à frente das pessoas, mais do que ser contado às pessoas. Isso parte da ideia de gesto, ou de toque, mais do que de narração. A coisa mais genuína e transparente no ser humano é o corpo.”

Diogo Baldaia acabou o curso de cinema há três anos, fez estágio de realização em Colo, de Teresa Villaverde, Amor Amor, de Jorge Cramez. Filmou Miragem..., curta apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian, em 2016 e montou o filme na Bélgica, onde iniciou um mestrado no final desse ano.

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