Acordo do clima de Paris subscrito por 175 países nas Nações Unidas
Cerimónia em Nova Iorque coincidiu com a comemoração do 46º Dia da Terra. Ban Ki-moon satisfeito com assinatura de "um novo pacto para o futuro". "É um momento emocionante e raro", considerou François Hollande.
O histórico acordo para combater o aquecimento global, aprovado em Dezembro em Paris depois de quatro anos de negociações, foi oficialmente subscrito esta sexta-feira por 175 países, numa concorrida cerimónia na sede das Nações Unidas que coincidiu com a comemoração do 46º Dia da Terra.
Conhecido como o acordo do clima de Paris, o tratado internacional foi oficialmente assinado por líderes de 175 países, incluindo os Estados Unidos e a China, os dois países que respondem por cerca de 40% do total das emissões de gases nocivos para a atmosfera. O passo seguinte é a aprovação do acordo pelos governos e ratificação pelos respectivos parlamentos de todos os países subscritores – uma etapa essencial para a sua entrada em vigor mas que poderá demorar meses ou anos.
Por enquanto, só cinco países – Barbados, Belize, Tuvalu, Maldivas e ilhas Samoa – completaram o processo de ratificação. Só quando 55 países responsáveis por 55% das emissões globais de dióxido de carbono subscreverem o acordo é que o documento passará a ser letra de lei, vinculando todos os países ao seu cumprimento.
“Hoje, assinamos um novo pacto para o futuro. O acordo de Paris vai definir profundamente a vida das gerações vindouras. É o seu futuro que está em jogo. Estamos numa corrida contra o tempo, e por isso peço a todos os países que assinem este documento ao nível nacional”, declarou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anfitrião da cerimónia que além de chefes de Estado e de Governo, juntou centenas de convidados, desde académicos a activistas, a líderes empresariais e estrelas de cinema.
Juntos, o Presidente da República de França, François Hollande, e o galardoado com o Óscar de Melhor Actor, Leonardo DiCaprio, aplaudiram a assinatura. “Este é um momento emocionante, muito raro na vida da maior parte dos políticos e líderes”, comentou Hollande. “Ao fim de 21 anos de debates e conferências, declaramos que não são precisos mais estudos. Basta respeitar este documento para ser feito o que é preciso”, acrescentou DiCaprio.
O acordo de Paris prevê um esforço colectivo de todas as nações para conter a subida da temperatura do planeta a 1,5ºC. Em vez do cumprimento de metas, o acordo tem por base a apresentação, a cada cinco anos, de planos nacionais de medidas destinadas a reduzir ou anular as emissões de gases com efeitos de estufa (ou pela sua absorção por florestas, ou através da sua captura e armazenamento). Também estabelece mecanismos de monitorização e reforço das estratégias nacionais, e a ajuda dos países desenvolvidos às nações mais vulneráveis.