Dez mil prometem ir a Belém em dia de Conselho de Estado

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Desde 15 de Setembro, foram convocadas manifestações, greves e vigílias Foto: Enric Vives-Rubio

Os organizadores do protesto marcado para a tarde desta sexta-feira dizem tratar-se de uma continuação das manifestações que mobilizaram o país a 15 de Setembro.

Depois de perto de meio milhão ter aderido à manifestação de 15 de Setembro – segundo números da organização –, mais de 10 mil portugueses dizem juntar-se à concentração junto ao Palácio de Belém, agendada para as 18h de hoje. Uma hora depois do início da reunião de Conselho de Estado.

O objectivo é “demonstrar que 15 de Setembro não foi uma mera catarse colectiva, mas um desejo extraordinário de mudança de rumo”, descrevem os promotores na página oficial da maniestação.

Os cibernautas, em vários comentários publicados na rede social Facebook, apelam à participação e, entre comentários mais agressivos, é possível encontrar posts que relembram que “a manifestação tem que ter um carácter pacífico”.

É desta forma, ordeira, que a iniciativa individual de duas cantoras líricas se alia a este movimento. Ana Pinto e Mónica Monteiro interpretarão, esta tarde em Belém, “Acordai”, uma das canções heróicas compostas por Fenando Lopes-Graça.

A soprano Ana Pinto, em declarações à agência Lusa, disse que a escolha do tema é “apropriada ao momento que atravessamos” e “é um apelo à consciência de todos”.

Desde 15 de Setembro que foram convocadas várias manifestações, greves e vigílias em diferentes pontos do país. O movimento político Manifesto em Defesa da Cultura Portuguesa prepara, a partir de segunda-feira, uma “semana nacional de luta contra as medidas impostas pela troika” e exige o “aumento do investimento público no sector”, declarou à Lusa Pedro Penil, um dos porta-vozes do manifesto.

Para o próximo dia 29 de Setembro,a CGTP convocou uma manifestação, na Praça do Comércio, como forma de protesto àquilo que considera ser uma ofensiva contra a generalidade dos portugueses.

Para Outubro, nos dias 8, 9 e 10, a Federação Nacional de Professores, Fenprof, está a organizar uma marcha contra o desemprego. A classe reivindica o desdobramento de alunos por turma e os baixos salários. Ao PÚBLICO, Mário Nogueira, secretário-geral desta força sindical, frisou que “há uma linha que separa o suportável, do insuportável”.

Para hoje, está agendada uma greve dos trabalhadores das administrações portuárias. Em causa “estão questões de segurança e a intensidade de trabalho”, disse ao PÚBLICO Sousa Coutinho, Dirigente Sindical do OficiaisMar. O mesmo garantiu que dia 24 a paralisação deste sector, tende a repetir-se.

Ontem, o Sindicato dos Estivadores convocou uma paralisação do sector. Na origem do manifesto esteve a recusa do Governo em discutir e “negociar o regime jurídico do trabalho portuário”, explicou ao PÚBLICO o Presidente deste sindicato, Vítor Dias.

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