a Os restos mortais de grande parte da família imperial russa, assassinada em 1918 pela polícia política de Lenine, já tinham sido oficialmente identificados pelo Governo russo, em 1998. Mas faltava ainda conhecer o destino de dois dos cinco filhos de Nicolau II e a mulher, Alexandra. Testes de ADN realizados num laboratório norte-americano permitiram agora confirmar que os restos mortais encontrados na cidade de Ekaterinbourg, a 1450 quilómetros de Moscovo, são dos príncipes Alexei e Maria.Nicolau II foi executado com toda a família oito meses após a chegada ao poder dos bolcheviques, em 1917. Alexei, o único filho rapaz e candidato à sucessão, tinha na altura 13 anos. Maria tinha 19 anos e era uma das suas quatro irmãs, para além de Anastácia, Olga e Tatiana. Toda a família está sepultada em catedrais de São Petersburgo, excepto Alexei e Maria, cujos restos mortais só agora foram identificados.
"Recebemos a confirmação de que os restos mortais pertencem aos filhos do czar", adiantou o governador de Ekaterinbourg, Eduard Rossel, à estação televisiva NTV, citada pela Reuters. "Agora já temos a família inteira."
Um porta-voz da administração local adiantou, no entanto, que serão realizados novos testes para eliminar qualquer dúvida. "Este teste não é final. Depois do exame nos Estados Unidos os restos mortais serão levados para outro laboratório na Áustria", adiantou.
Após a queda do regime comunista, os restos mortais da família imperial foram exumados e depois novamente sepultados em São Petersburgo. Mas Alexei Nikolaievich, que sofria de hemofilia, e a irmã Maria Nikolaievna não estavam entre os fragmentos de corpos identificados. Só no ano passado se encontraram outros fragmentos que se acreditou pertencerem aos dois filhos do czar. Foi então montada uma operação que juntou cientistas e historiadores para identificar os 44 pedaços de ossos encontrados. Chegou a especular-se que Alexei e Maria poderiam ter sobrevivido ao ataque em que foram assassinados os pais e as irmãs. I.G.S.