Uma mulher à espera

Como filmar isto, uma mulher permanentemente à espera? Danielle Arbid responde de forma quase literal: fazendo um filme que parece funcionar ao ralenti.

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Uma Paixão Simples: uma certa qualidade hipnótica
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O aspecto interessante de Uma Paixão Simples é ser um filme totalmente dedicado à perseguição de uma coisa que, pela sua natureza material (ou mesmo “materialista”), o cinema tem dificuldade em conseguir: um estado psicológico, o interior da alma de uma personagem, e praticamente nada mais do que isto, um estado psicológico e o interior da alma de uma personagem. A voz off sobre o rosto da protagonista Laetitia Dosch resume o essencial do filme da franco-libanesa Danielle Arbid, anunciando um período da vida daquela mulher em que, tomada por uma paixão assolapada por um homem casado (um russo, interpretado pelo bailarino Sergey Polunin, que trabalha no serviço de segurança da embaixada russa em Paris), mais não fez do que “esperar”. E esta “espera”, consubstanciada num anseio melancólico que, se não suspende a realidade, se sobrepõe a ela e a deixa ao longe, faz todo o objecto de Uma Paixão Simples.

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