José Sócrates vai a julgamento por branqueamento e falsificação de documentos. Ivo Rosa deixa cair crimes de corrupção
José Sócrates foi ilibado dos crimes de corrupção passiva relacionados com o Grupo Lena, o GES e a PT, e ainda um terceiro em co-autoria com o ex-ministro Armando Vara sobre o financiamento pela Caixa Geral de Depósitos do empreendimento Vale do Lobo.
José Sócrates foi ilibado dos três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político de que estava acusado. O antigo primeiro-ministro vai a julgamento por branqueamento de capitais.
Segundo a decisão instrutória, lida esta sexta-feira pelo juiz Ivo Rosa no Campus da Justiça, em Lisboa, José Sócrates foi ilibado dos crimes de corrupção passiva relacionados com o Grupo Lena e o empresário e seu alegado testa-de-ferro, Carlos Santos Silva, entre 2005 e 2011, outro entre o ex-chefe do Governo e o antigo banqueiro Ricardo Salgado envolvendo o Grupo Espírito Santo e a PT, e ainda um terceiro em co-autoria com o ex-ministro Armando Vara sobre o financiamento pela Caixa Geral de Depósitos do empreendimento Vale do Lobo.
José Sócrates foi acusado pelo Ministério Público de 31 crimes: corrupção passiva de titular de cargo político (três), branqueamento de capitais (16), falsificação de documento (nove) e fraude fiscal qualificada (três).
Seis anos após ter sido detido no aeroporto de Lisboa, o ex-primeiro-ministro e os outros 27 arguidos da Operação Marquês sabem esta sexta-feira se vão a julgamento e por que crimes serão pronunciados.
Além de Sócrates, no processo estão também outras figuras públicas, como o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, o antigo ministro socialista e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara, os ex-líderes da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o empresário Helder Bataglia e Carlos Santos Silva, alegado testa-de-ferro do ex-primeiro-ministro e seu amigo de longa data.
No processo estão em causa 189 crimes económico-financeiros.
A fase de instrução começou em 28 de Janeiro de 2019, sob a direcção do juiz Ivo Rosa, do Tribunal Central de Instrução Criminal, que hoje está a ler a sua decisão, no Campus da Justiça, em Lisboa, sendo esta passível de recurso, caso os arguidos não sejam pronunciados nos exactos termos da acusação.