Os boys assaltaram o Estado e agora pagamos o preço
A vacinação contra a covid é a campanha mais importante da carreira política de António Costa. Escolher o senhor Ramos para a liderar diz tudo acerca do estado a que o Estado chegou.
Os melhores não estão lá. Todos os dias acordo, leio as notícias, faço o apanhado dos telejornais, procuro acompanhar a actuação de ministros, secretários de Estado, directores-gerais, e a sensação que tenho é sempre a mesma – os melhores não estão lá. Não se trata de as pessoas não se estarem a esforçar ou a tentar dar o seu melhor, porque estão. Só que o seu melhor não chega. Não chega para enfrentar uma pandemia desta dimensão. Não chega para a violência da terceira vaga. E não chega, desde logo, porque a ministra da Saúde, a directora-geral da Saúde, o coordenador da task force da vacinação, têm o chip errado, têm uma cultura de apparatchiks, estão permanentemente preocupados com a gestão de danos, com o seu futuro político, com a opinião do chefe, com a dissimulação da asneira, com uma quantidade absurda de cálculos mentais que os desvia da única coisa que importa – fazer o raio do trabalho bem feito, de modo profissional e focado.
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