Os mundicordiosos

Este breve percurso pelo mundo — como palavra, mais do que como realidade — fala-nos de um anseio que ainda não nos abandonou: o de que o nosso mundo seja algo de harmónico e não caótico, algo mais do que uma simples esfera sem vida, mas um esplendor natural do qual possamos retirar um sentido que nos alimente.

Nas Confissões de Agostinho de Hipona, mais conhecido por Santo Agostinho, no seu livro undécimo, aparece no original latino uma palavra intrigante: “mundicordes.” Não é fácil à primeira perceber o que ela significa. Mas como aparece ao lado de outra com a terminação igual, “misericordes”, que por sua vez é mais parecida com uma palavra portuguesa que ainda usamos, “misericordiosos”, dá para começar a tentar adivinhar. Se misericordes significa “misericordiosos”, mundicordes significaria… “mundicordiosos”? Mas que diabo será mundicordiosos? Os que estão de acordo com o mundo? Os que se acordam, no sentido de se porem em sintonia, ou em harmonia, com o mundo?

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção