Pai de Britney Spears vai continuar a controlar a sua vida pessoal e profissional por mais um ano

A estrela pop não tem poder de decisão sobre os seus gastos e escolhas desde 2008 e assim vai continuar até 2021, após o parecer do tribunal.

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Britney Spears está sob a tutela do seu pai desde 2008, a quem tem de justificar todos os gastos que faz e decisões que toma Reuters/Mario Anzuoni

O nome de Britney Spears ficaria conhecido em 1998, quando a cantora, na altura com 16 anos, lançou a música Baby One More Time e o consequente álbum homónimo. A partir daí foi sempre em crescendo até 2007, quando surgiram relatos do seu consumo de álcool e estupefacientes. Então, Spears foi internada em diversas clínicas de reabilitação e foi notícia por ter rapado o cabelo.

O seu comportamento errático que emergiu no final da primeira década do novo milénio levou a que a cantora perdesse a custódia dos dois filhos para o ex-marido, Kevin Federline, e que ficasse sem a sua própria independência. Depois de várias avaliações psiquiátricas, um tribunal entregou a tutela de Britney Spears ao seu pai, Jamie Spears. Este tipo de decisão é tomada em relação a pessoas que não consigam tomar conta de si próprias, como idosos, pessoas com problemas psicológicos ou extremamente doentes.

Esta tutela significa que Jamie Spears tem controlo sobre as finanças da filha, assim como sobre a sua saúde mental e física. Desde 2008 que Britney não é independente, tendo, ainda assim, na década seguinte, lançado três álbuns, ocupado o lugar de jurada no programa The X Factor e feito actuações em palco como uma das atracções principais em Las Vegas. Tudo isto enquanto viveu sob as restrições de um acordo judicial complexo, onde o seu pai e o seu advogado agiram como seus guardiões.

Em documentos entregues na passada terça-feira ao Supremo Tribunal de Los Angeles, a cantora de Toxic pediu a um juiz que revisse a decisão da tutela entregue ao seu pai, requerendo que Jodi Montgomery, responsável pelos cuidados com a cantora, a ocupar o lugar que há 12 anos é de Jamie Spears. Montgomery já tinha gerido a tutela de Spears temporariamente, quando Jamie adoeceu em 2019.

Na quarta-feira, numa audiência à porta fechada, o tribunal decretou que a tutela se mantém nas mãos de Jamie Spears e, segundo avança a Reuters ainda que sem confirmação oficial, prolongou inclusive o acordo actual até Fevereiro do próximo ano.

Em frente ao tribunal manifestaram-se cerca de duas dezenas de pessoas do movimento #FreeBritney, surgido em 2009, a reivindicarem o fim da tutela sobre a estrela da música pop. “Estou aqui para apoiar a Britney e acredito que ela tem direito aos seus direitos civis básicos e a poder gastar o seu dinheiro como quiser”, disse Timothy, citado pela Reuters, que voou três mil quilómetros, de Mineápolis a Los Angeles, para participar no protesto. 

Britney Spears não é vista nos palcos desde 2018, tendo o seu álbum mais recente, Glory, sido lançado em 2016.