Ciclone Amphan mata pelo menos 84 pessoas na Índia e no Bangladesh

Há aldeias e vilas inundadas, as comunicações estão cortadas em muitos locais e não é possível avaliar-se a dimensão da destruição.

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Reuters/RUPAK DE CHOWDHURI
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LUSA/PIYAL ADHIKARY
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O mais poderoso ciclone que na última década atingiu o leste da Índia e o Bangladesh, o Amphan, matou pelo menos 84 pessoas. As equipas de socorro tentam ajudar a população das cidades costeiras - Calcutá, na Índia, foi devastada, diz a BBC -, há milhões de pessoas sem electricidade e a água inundou grandes parcelas de terra.

As autoridades retiraram milhões de pessoas da zona antes de o Amphan chegar a terra, mas a extensão da destruição do poderoso ciclone só poderá ser apurado quando as comunicações forem restabelecidas.

Em Bengala Ocidental, e segundo o chefe do governo local, 72 pessoas morreram, a maior parte delas electrocutadas ou mortas por árvores derrubadas pela violência dos ventos de 185 km por hora.

No Bangladesh, para já, há 12 mortos.

“Nunca vi um ciclone assim em toda a minha vida. Parecia o fim do mundo. Tudo o que pude fazer foi rezar a Alá para nos salvar”, disse Azgar Ali, de 49 anos, residente em Satkhira, na zona costeira do Bangladesh.

Mohammad Asaduzzaman, um político local, disse que a tempestade arrancou telhados, destruiu a rede eléctrica e deixou muitas vilas e aldeias inundadas.

O ciclone provocou uma subida de cinco metros das águas em Bangala Ocidental, provocando uma vasta cheia nas zonas baixas da costa. Imagens recolhidas pela Reuters Television mostram barcos destruídos em terra, pessoas com a água pelos joelhos e veículos esmagados uns contra os outros.

Classificado como super-ciclone, o Amphan enfraqueceu ao chegar a terra. À medida que atravessou o Bangladesh perdeu força e foi classificado como tempestade ciclónica.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, escreveu no Twitter: “Vi imagens de Bengala Ocidental e da devastação causada pelo ciclone. É uma hora difícil, toda a nação está solidária com Bengala Ocidental”.

Crescem as preocupações com a cheia em Sundarbans, uma região ecologicamente muito frágil, conhecida pela sua floresta de mangue e pela sua reserva de tigres, na fronteira entre a Índia e o Bangladesh.

“A maré submergiu parte da floresta”, disse Belayet Hossain, responsável por esta reserva no lado do Bangladesh. “Vimos árvores com as raízes de fora, os telhados das casas dos guardas florestais arrancados”.

No lado indiano de Sundarbans, e segundo um funcionário local, uma aldeia de cinco mil pessoas desapareceu. Este responsável disse ainda que por falta de comunicações ainda não tinha sido possível pedir ajuda. “Desde a noite passada que não conseguimos comunicar nada”, disse Sanjib Sagar.

Três milhões de pessoas foram retiradas para abrigos. Mas o esforço de evacuação das povoações foi centrado nas que estavam na rota do ciclone, deixando a restante população vulnerável.

O aeroporto de Calcutá, a capital de Bengala Ocidental, com 14 milhões de habitantes, está debaixo de água. E não há electricidade.

Pradip Kumar Dalui, um responsável do estado, disse que a tempestade fez transbordar os rios, inundando dezenas de vilas onde habitam cem mil pessoas.

O ciclone surgiu quando os dois países tentam combater a propagação da covid-19, e foram muitas as pessoas que resistiram a sair das suas casas por receio de haver pessoas infectadas nos abrigos.

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