Há mais um sindicato de enfermeiros. É o sétimo e vai lutar pelos que trabalham no privado e em IPSS

Dos perto de 76 mil enfermeiros que existem em Portugal, apenas cerca de 10 mil são sindicalizados, diz presidente de nova estrutura sindical.

Foto
PAULO PIMENTA

Há mais um sindicato de enfermeiros em Portugal. O Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (Siteu) foi criado por um grupo de profissionais da região Norte, tem sede em Braga e vai defender sobretudo enfermeiros que trabalham em instituições de solidariedade social, em lares, hospitais privados e laboratórios de análises clínicas, adianta a presidente, Gorete Pimentel. “São os mais desprotegidos”, justifica a presidente, acrescentando que se pretendeu também criar um sindicato “independente de partidos políticos e de centrais sindicais”.

A presidente da nova estrutura sindical é uma dissidente do Sindepor (Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal), uma das estruturas que convocou a “greve cirúrgica” dos enfermeiros no final de 2018 e início de 2019. Saiu porque no Sindepor não conseguia “desenvolver uma acção relevante nestas áreas extremamente importantes [sector privado e social] que estão esquecidas”. “Os enfermeiros que trabalham em unidades de Misericórdias levam apenas 850 euros [líquidos] por mês para casa e não recebem subsídio de alimentação porque os obrigam a fazer a refeição lá. Nos hospitais privados não há tabelas e há muitos falsos recibos verdes”, exemplifica Gorete Pimentel.

O Siteu é a sétima estrutural sindical do sector. Além do Sindepor, estes profissionais são representados pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), pelo Sindicato dos Enfermeiros, com sede no Porto, pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (Coimbra), pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM). Mas, dos perto de 76 mil enfermeiros que existem no país, apenas cerca de 10 mil são sindicalizados, contabiliza.

Assegurando que o novo sindicato vai ter “representação nacional”, Gorete Pimentel considera que fazia falta porque era necessária uma estrutura independente de centrais sindicais como a UGT (União Geral de Trabalhadores) e a CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses) e porque os actuais sindicais concentram-se muito na defesa dos trabalhadores da função pública.  Ainda na fase de constituição, o Siteu já tem estatutos publicados e avança agora para a angariação de sócios.

Tal como os dirigentes dos outros sindicatos, o Siteu reivindica melhores condições salariais, a reforma aos 60 anos, e que esta seja reconhecida como uma profissão de desgaste rápido. 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários