Cartas ao director

O Orçamento do Estado

O Orçamento do Estado devia ser um assunto normal, natural, banal, dentro do quadro da política portuguesa. Mas aqui em Portugal não é. O período da sua discussão pública é um espectáculo (Vicente Jorge Silva chama-lhe “comédia") deprimente, indecoroso que se intromete nas nossas vidas e nos tira o fôlego. O Orçamento assume foros de disputa, espécie de luta corpo a corpo, como se a opinião dos partidos servisse para alguma coisa. Afinal, o Orçamento do Estado não é mais do que promessas e números inflacionados que não são para cumprir. Para cumprir, são só as rubricas que nos penalizam: os 0,3% de aumento da função pública; mais 600 milhões de euros a despejar no Novo Banco; o brutal aumento da despesa do funcionamento do Governo que é o maior de sempre: há um primeiro-ministro, 19 ministros e 50 secretários de Estado, ou seja, 70 membros que gastam 73,2 milhões, 69 chefes de gabinete, e 400 adjuntos (a Alemanha, 4 vezes maior que Portugal, tem 8 ministros e 9 secretários de Estado); onze milhões para o Web Summit, uma feira de vaidades, sem proveito nenhum; e há o aumento de impostos a somar à maior carga fiscal de sempre, para alimentar o monstro (Fisco) que quanto mais come e consome, tanto menos se farta.

Artur Gonçalves, Sintra

Reformas

Segundo o agora dirigente da OCDE Álvaro Santos Pereira nunca mais se fizeram reformas em Portugal desde 2013 - por acaso, só por acaso, foi o ano em que ele deixou de ser ministro. Para o Álvaro, como ele quis ser chamado, reformas querem dizer reduzir o Estado, aumentar a intervenção do privado em tudo quanto diz respeito aos serviços públicos, nomeadamente a saúde. Dele ficou a boa medida - diga- se em abono da verdade - de ter promovido o pastel de nata e já não foi pouco! Enquanto instituições como OCDE ou UE continuarem escravas das medidas neo-liberais que estrebucham em todo o mundo contra o repudio crescente de massas de populações que querem ter nas suas mãos o controle das sociedades e não os banqueiros e gestores pagos a peso de ouro (quanto ganhará o Alvaro lá na OCDE?); enquanto se multiplicam como cogumelos os partidos neo liberais e proto-fascistas (todos alegadamente democráticos), a população tem de estar prevenida de uns Passos, uns Relvas e quejandos e contra as “reformas” como as que o Álvaro pretende...<_o3a_p>

Fernando Santos Pessoa, Faro

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Costa e PSD

Se António Costa pudesse votar na segunda volta das directas do PSD, votaria Rui Rio. O antigo presidente da Câmara do Porto é o candidato que melhor serve os interesses dos socialistas para se perpetuarem no poder. Com a “geringonça” a funcionar nos bastidores, André Ventura do Chega é o único que consegue enervar o líder socialista. A voz do líder do Chega mexe com o sistema político ancorado no bloco central dos interesses instalados. Portugal é um mar de corrupção. Quantos políticos do arco da governação estão a contas com a justiça? Enquanto Rui Pinto está detido, a generalidade dos corruptos estão na boa vida. Este é o Portugal de Rio e de Costa.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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