Common, Jay Electronica, Just Blaze e o mundo: está aí a quarta edição do Iminente
O festival criado por Vhils toma conta do Panorâmico de Monsanto, em Lisboa, desta quinta-feira a domingo. Música, arte urbana, performance e conversas sobre a cultura e a cidade são o foco.
Criado em 2016, o Iminente passou os primeiros dois anos no Jardim Municipal de Oeiras, tendo-se mudado para o Panorâmico de Monsanto, em Lisboa, no ano passado. O Iminente já teve edições em Londres, Xangai ou no Rio de Janeiro e dura desta quinta-feira a domingo — será a segunda do festival criado pelo artista Vhils neste novo cenário. Vão passar pelo festival nomes da música, muito entre o rap e a música do mundo, e da arte urbana, com espaço também para performances, instalações e debates sobre a cultura e a cidade. Com uma lotação de cinco mil pessoas por dia, os bilhetes para sexta-feira e sábado, que têm os nomes internacionais mais sonantes, esgotaram num ápice.
Em termos das maiores atracções, sexta-feira traz a estreia em Portugal de Common, o oscarizado rapper de Chicago outrora conhecido como Common Sense (trabalhou com Erykah Badu, Pharrell Williams, Kanye West, Black Star ou J. Dilla). O primeiro álbum, Can I Borrow a Dollar?, saiu em 1992. O mais recente, Let Love, saiu no final de Agosto, mesmo que hoje tenha mais visibilidade pela faceta de actor — andou aos tiros com Keanu Reeves na saga John Wick, por exemplo. Large Professor, rapper e produtor nova-iorquino e membro fundador dos Main Source, trabalhou com Eric B. & Rakim, Kool G Rap — convidado do Iminente do ano passado — Pete Rock & CL Smooth, Roxanne Shante ou Big Daddy Kane. Produziu três faixas de Illmatic, o disco de estreia de Nas que fez este ano um quarto de século.
Jay Electronica, que há mais de dez anos é uma promessa por cumprir plenamente no rap, é uma das atracções de sábado. Tem vários singles lançados ao longo dos anos, e faz parte da Roc Nation de Jay-Z, mas o primeiro disco propriamente dito teima em chegar, algo no mínimo curioso para um talento tão grande. Um dos seus companheiros de armas é o produtor Just Blaze, cujo longo currículo inclui, a meias com Kanye West, a produção de Blueprint de Jay-Z e outros clássicos assinados para nomes que vão de Freeway a Cam'Ron, passando por Mariah Carey, Beyoncé, Foxy Brown, Rick Ross ou T.I. com Rihanna.
Outros nomes internacionais deste cartaz multiculturar incluem o cubano Kumar, as irmãs israelitas A-WA, a cabo-verdiana Mayra Andrade ou o sírio Rizan Said na sexta-feira, o brasileiro Vinicius Terra no sábado, bem como o argelino Mohamed Lamouri, o moçambicano TRKZ, os cabo-verdianos Bulimundo ou as brasileiras Linn da Quebrada e Badsista no domingo.
Nós por cá
Em termos nacionais, passarão por Monsanto Vado Más Qui As, Deau, Kappa Jotta, Rafa G, Holly Hood, Scúru Fitchádu, Força Suprema ou Apollo G nesta quinta-feira e o dia seguinte será preenchido por Pedro Mafama, David Bruno — no dia em que sai o novo Miramar Confidencial —, A Nossa Cena, dupla de DJ Kronic e DJ Kwan com Sir Scratch como MC, Shaka Lion ou DJ Firmeza. No sábado há espaço para Mynda Guevara, Fred, Filho da Mãe, Dealema, Omiri, L-Ali, Papillon, Classe Crua, o duo que une Sam The Kid a Beware Jack, e DJ Nigga Fox com DJ Marfox, enquanto no domingo, que fecha mais cedo, poderá ouvir-se Fado Bicha, Cachupa Psicadélica, Sreya, Beatbombers ou Blackoyote.
Este ano, entre os artistas que têm obras ou intervenções no espaço, contam-se nomes como o do guineense Abdel Queta Tavares, os brasileiros Sosek, Kaur, Coax e Thiago Neves, bem como os portugueses AkaCorleone, Ana Aragão, Blac Dwelle, Colectivo Rua, Francisco Vidal, Gonçalo Barreiros, Herberto Smith, Maria Imaginário, Rita RA, Sara Morais, Tamara Alves e Thunders Crew, além do próprio Vhils.
No campo das performances, nomes como a brasileira Mariana Barros, a cabo-verdiana Melissa Rodrigues, os portugueses Orchiadacae e Odete, além de uma battle de b-boys, compõem o resto do cartaz.