Cervejaria Solmar já é monumento de interesse público

Solmar foi fundada em 1956 por dois irmãos de origem galega e ocupa o piso térreo do antigo Palácio Povolide. No entanto, está há vários anos fechada.

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Rui Gaudencio

A cervejaria Solmar, em Lisboa, foi reconhecida como monumento de interesse público por despacho da secretaria de Estado da Cultura. De acordo com uma portaria publicada em Diário da República esta terça-feira, está assim concluído o procedimento de classificação patrimonial, que, além do espaço, inclui também todo o seu mobiliário e decoração.

O processo de classificação deste estabelecimento da Rua das Portas de Santo Antão foi iniciado em Fevereiro de 2016, depois de o mesmo ter sido proposto por cidadãos em 2012.

A decisão, assinada pela secretária de Estado da Cultura, Ângela Carvalho Ferreira, poderá assim sossegar os defensores do património da cidade que receiam que o estabelecimento possa vir a ser objecto de projectos que alterem a sua estética. Sobretudo depois das obras que se iniciaram em Outubro de 2017, quando o espaço foi arrendado por uma empresária chinesa, que pretendia fazer da Solmar um dos melhores restaurantes da Europa, como admitira ao PÚBLICO em 2017. 

No entanto, os trabalhos pararam logo no início de Novembro, tendo sido embargados pela Câmara Municipal de Lisboa por estarem a decorrer sem ter sido emitido parecer da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) — que seria necessário, uma vez que estava já em curso o processo de classificação. Desde então, não recomeçaram e o espaço continua fechado.

A Solmar foi fundada em 1956 por dois irmãos de origem galega e ocupa o piso térreo do antigo Palácio Povolide, também casa do Ateneu Comercial de Lisboa, que está igualmente em vias de classificação. Acabou por tornar-se uma casa emblemática devido à sua arquitectura e decoração. O projecto foi encomendado em 1954 aos arquitectos Luís Bevilacqua, Francisco Botelho e Luís Curado, que fizeram surgir “um interior orgânico, dinâmico nas formas e policromo”, descreve a DGPC. 

No seu interior, está presente a temática marinha num grande painel de azulejos, da autoria de Pedro Jorge Pinto, que recria o fundo do mar. Já o mobiliário tem a assinatura José Espinho, da antiga fábrica de móveis Olaio.

Na capital, também a Pastelaria Mexicana, a Tabacaria Mónaco e a Casa Havaneza, por exemplo, detêm a mesma classificação. 

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