Na nova Praça de Espanha, todos os caminhos vão dar à água

A proposta "Os caminhos da água", do atelier NPK - Arquitectos Paisagistas Associados, venceu o concurso internacional que foi promovido pela autarquia. Obras devem arrancar este ano e estar concluídas em 2020. As alterações viárias estão ainda a ser ultimadas.

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Daniel Rocha

Já está escolhido o projecto que deverá dar uma nova paisagem à Praça de Espanha, em Lisboa, e alterar por completo aquela zona, fazendo "um grande jardim", bem maior do que o Jardim da Estrela. A requalificação da praça ficará a cargo do ateliê NPK – Arquitectos Paisagistas Associados, que venceu o concurso internacional promovido pelo município, segundo avançou Fernando Medina, em entrevista à revista Time Out. 

Na altura da apresentação das ideias finalistas do concurso, em Dezembro de 2017, o responsável pelo projecto disse que o objectivo da sua proposta era a expansão do “oásis urbano” que é a Gulbenkian. Para isso, sabe-se agora, haverá uma ponte a ligar os jardins da fundação ao centro da praça.

O projecto propunha-se ainda “renaturalizar a linha de água”, trazendo o riacho do Rego à superfície. “É preciso alterar o paradigma da água na cidade. É bom senti-la e vê-la”, disse na altura. 

Segundo escreve a Time Out, será construída uma bacia de retenção de águas com efeito de drenagem, para evitar as cheias que afectam a cidade nesta zona e nas adjacentes. A proposta promete ainda “uma atmosfera mais limpa, jardins mais fáceis de sustentar, uma cidade mais fresca, mais resiliente às alterações climáticas, uma cidade mais bonita”. 

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Fotomontagem do projecto do atelier NPK DR

Esta proposta faz parte do grupo das nove ideias finalistas que estiveram em exposição na Gulbenkian e que foram depois colocadas em consulta pública para recolher as opiniões dos lisboetas. O PÚBLICO contactou o atelier NPK que preferiu não adiantar mais pormenores sobre o projecto. 

No entanto, não é só de paisagismo que se está a tratar. Esta intervenção na praça, que deverá arrancar este ano e ficar concluída em 2020, provocará profundas alterações na circulação automóvel naquela zona. Isto porque a praça vai deixar de ser uma grande rotunda atravessada ao meio por uma avenida. Tal como foi anunciado na apresentação pública da exposição sobre a Praça de Espanha, essas faixas centrais vão desaparecer, assim como o terminal rodoviário situado entre o espaço da companhia de teatro A Comuna e a Avenida Columbano Bordalo Pinheiro.

A ligação rodoviária directa entre essa artéria e a Avenida Calouste Gulbenkian também vai deixar de existir. Em vez disso, surgirão dois grandes cruzamentos nos topos da praça: um nas avenidas dos Combatentes e Santos Dumont; outro nas avenidas António Augusto de Aguiar e de Berna, sendo que os detalhes desta alteração viária estão ainda a ser ultimados. Não foi ainda revelado o montante do investimento. 

Junto à Praça de Espanha serão, em breve, construídos edifícios de escritórios e o Instituto Português de Oncologia será alargado, o que levará a um aumento da procura daquela zona. 

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