Homem é detido depois de fazer falsa chamada para o 112

Homem de 46 anos ligou para o 112, narrando agressões e disparos em Vila Real. Quando policias e meios de emergência chegaram ao local nada se passava. Ligaram de volta e o telemóvel do suspeito tocou logo ao lado.

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Jose Fernandes

A PSP de Vila Real anunciou nesta terça-feira a detenção de um homem de 46 anos suspeito da prática de um crime de abuso e simulação de sinais de perigo, depois de uma falsa chamada para o 112.

Segundo a PSP, na madrugada de sábado, os elementos policiais foram accionados para uma ocorrência que narrava agressões e disparos de arma de fogo, numa artéria da cidade de Vila Real.

O alerta, diz esta polícia, tinha sido recepcionado através de uma chamada para o número nacional de emergência 112, a qual foi encaminhada para o Centro de Comando e Controlo (CCC) da PSP de Vila Real. Para o local foram também accionados meios de emergência e socorro, nomeadamente, uma ambulância.

Ao chegarem ao local, os policias e os meios de emergência não detectaram qualquer desordem, pelo que efectuaram várias diligências, nomeadamente, solicitar o número de contacto telefónico que efectuou a chamada.

De seguida, os agentes fizeram uma chamada de retorno e constataram que o telemóvel de um indivíduo que se encontrava junto ao local de ocorrência começou a tocar, contou a PSP.

Suspeito não apareceu em tribunal

Confrontado com as suspeitas de ter efectuado uma chamada falsa, o indivíduo acabou por assumir a sua autoria, justificando a sua atitude com a necessidade de falar com alguém.

O suspeito foi detido e o telemóvel pessoal foi apreendido, por ter sido utilizado para cometer o ilícito criminal.

O indivíduo, entretanto libertado, foi notificado para comparecer no Tribunal de Vila Real na segunda-feira, mas, segundo disse à agência Lusa fonte da PSP, não compareceu, pelo que será agora notificado pelo próprio tribunal.

A prática do crime de abuso e simulação de sinais de perigo pode ser punida com pena de prisão até um ano ou multa até 120 dias. De acordo com o Código Penal, incorre neste crime "quem utilizar abusivamente sinal ou chamada de alarme ou de socorro, ou simuladamente fizer crer que é necessário auxílio alheio em virtude de desastre, perigo ou situação de necessidade colectiva".

No ano passado, os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM atenderam perto de 1,4 milhões de chamadas, tendo sido accionados 1.269.196 meios de emergência (ambulâncias e motas, viaturas médicas e helicópteros). Foram, em média, 3748 chamadas por dia. Números que têm vindo a aumentar desde 2012: nesse ano havia menos 729 chamadas diárias.

Numa entrevista em Dezembro à Antena 1, o presidente do INEM, Luis Meira, explicava que por ano são recebidas cerca de "20 mil chamadas falsas" sendo que este "não é um número que possa ser aferido com muita precisão". É que se uma parte destas chamadas serão mesmo falsas, explicou, outras poderão ser de pessoas que ligam por terem algum problema mas acabam por ir pelos seus próprios meios para uma unidade de saúde.

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