Os 700 mil objectos encontrados no fundo dos canais de Amesterdão

Durante a construção de uma linha de metro, foi preciso revolver o fundo dos famosos canais da cidade holandesa. O que foi encontrado acaba de ser publicado online

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Reuters/MICHAEL KOOREN

Mais de 700 mil objectos, alguns com milhares de anos de antiguidade, foram encontrados à medida que avançou a construção de uma linha de metro que liga Norte e Sul de Amesterdão, nas quais foi preciso drenar e escavar o Rio Amstel e os famosos canais da cidade holandesa.

A construção era há muito esperada. Desde os anos 60 que se falava na possibilidade de se construir uma linha de metro que ligasse as extremidades da cidade holandesa. Em 2003, os planos avançaram. Depois de sucessivos atrasos, a construção ficou concluída este ano. Além da nova ligação, a cidade ganhou outra coisa: o “lixo” encontrado durante as escavações.

As descobertas deram a origem ao projecto Below the Surface (Abaixo da Superfície), através do qual foi criado um site, realizado um documentário e escrito um livro, para se poder saber mais sobre o que foi descoberto nas profundezas dos canais.

“Histórias urbanas podem ser contadas de mil maneiras. O projecto de investigação arqueológica da linha de metro Norte/Sul dá ao Rio Amstel uma voz no retrato histórico de Amesterdão. O Amstel já foi a artéria vital, o eixo central da cidade”, explica-se no site.

A idade dos objectos ultrapassa largamente os 700 anos de história da cidade. Alguns foram datados do ano 4200 ao ano 2000 a.C.

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Alguns dos objectos encontrados Site Below the Surface

Por isso, nesta nova exposição é possível ver, lado a lado, peças de cerâmica da Idade Média, moedas, cachimbos, cromos de futebol, cartões de identificação e telemóveis.

“Os rios das cidades são locais arqueológicos improváveis. Não é frequente que um leito de rio, muito menos no meio de uma cidade, seja drenado e possa ser sistematicamente examinado. As escavações no Amstel cederam uma enxurrada de descobertas, cerca de 700 mil no total: uma vasta gama de objectos, alguns inteiros, todos confusos”, lê-se ainda na introdução ao projecto.

No site é possível passar por todos os objectos ou ver o documentário deste projecto que disponibiliza um texto a enquadrar cada uma das peças encontradas.

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