EUA têm o computador mais rápido, mas China continua à frente na corrida

Na lista das 500 máquinas mais poderosas, 41% são chinesas.

Laboratório Nacional de Oak Ridge, Supercomputador, Summit
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Os processadores do supercomputador mais rápido do mundo ocupam dois campos de ténis Oak Ridge National Laboratory
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Os processadores do supercomputador mais rápido do mundo ocupam dois campos de ténis Oak Ridge National Laboratory

O computador mais rápido do mundo é norte-americano, mas a China continua a liderar na competição pela quantidade.

Em 2018, pela primeira vez em cinco anos, o país asiático foi destronado do primeiro lugar do TOP500, o ranking dos computadores mais rápidos e poderosos, que é actualizado duas vezes por ano. O novo vencedor, revelado esta segunda-feira, é o Summit, um computador da IBM que faz o trabalho equivalente a cerca de 7,6 mil milhões de pessoas (ou seja, o número de habitantes na Terra) ao fazer 16 mil equações matemáticas por segundo. É preciso dois campos de ténis para albergar os mais de nove mil processadores que usa.

Embora a China tenha perdido o lugar do topo, continua a ser o país com mais supercomputadores no mundo, com três fabricantes (a Lenovo, a Inspur e a Sugon) entre as cinco maiores fabricantes dos 500 supercomputadores mais rápidos. As máquinas chinesas representam 41% da lista, num total de 206 supercomputadores, um número que tem vindo a subir de ano para ano. Por outro lado, a quantidade de aparelhos fabricados pelos EUA tem vindo a decrescer, com apenas 124 sistemas a entrar na lista do TOP500 deste ano. São menos 21 do que em 2017.

O ranking do TOP500 baseia-se na rapidez das máquinas a realizar cálculos matemáticos. Por norma, estes computadores são usados para simular viagens espaciais, trabalhar em armas nucleares, tentar resolver o problema do aquecimento global, e desenvolver inteligência artificial. Os supercomputadores inteligentes da IBM, por exemplo, foram usados recentemente em debates contra seres humanos.

A capacidade de fabricar este tipo de aparelhos é considerada uma das formas de medir a proeza tecnológica de um país, mas requer um grande investimento. Este ano, só os dois computadores mais poderosos dos EUA (que ocupam o 1º e o 3º lugar do TOP500), custaram 325 milhões de dólares.

Para o governo chinês, que quer o país a liderar a inteligência artificial global, a existência de supercomputadores é uma prioridade. Em 2017, o país apresentou o “Novo Plano de Desenvolvimento em Inteligência Artificial” com o objectivo de acelerar o processo. “Queremos utilizar a inteligência artificial para resolver problemas de segurança, saúde, ambiente e mais”, disse Wan Gan, ministro chinês para a Ciência e Tecnologia.

Depois da China e dos EUA, é o Japão que mais investe neste tipo de aparelhos, com 36 supercomputadores. Apesar de o número ficar aquém dos outros países, os aparelhos japoneses são considerados os mais ecológicos para o planeta. O Reino Unido, a Alemanha, e a França completam a lista do TOP500 com 22, 21 e 18 supercomputadores cada. A próxima actualização da lista será em Novembro.

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