Presidente do Metro garante que não há perigo de colapso no túnel do Terreiro do Paço
"Os técnicos holandeses não pararam nada", declarou Manuel Frasquilho, à margem de uma conferência de imprensa destinada a anunciar o fecho da rede do Metro em cinco estações.
De acordo com notícias avançadas nos últimos dias pela SIC, os especialistas holandeses que acompanham o desenvolvimento da obra teriam suspendido o esvaziamento do túnel depois de ter sido detectada uma brecha na soleira que poderia ter levado à ovalização da estrutura.
A brecha, de 150 metros de comprimento e cerca de 60 centímetros de profundidade, foi detectada por uma equipa de mergulhadores que desceu ao túnel para fazer uma inspecção visual, depois de ter sido concluída a primeira fase de esvaziamento do túnel, durante a qual foram retirados 2400 metros cúbicos de água (14 por cento do total).
Segundo o presidente do Metro, a "brecha foi detectada na soleira de betão", sobre a qual serão colocados os carris, a qual "não tem nada a ver com o túnel". Manuel Frasquilho sublinhou que "a situação actual não permite concluir se a estrutura foi afectada" aquando da entrada de água no túnel, pelo que o processo continua à medida que são obtidas novas informações. "Foi necessário instalar instrumentos de medição e são esses dados que estão a ser trabalhados e analisados", acrescentou.
O túnel entre o Terreiro do Paço e Santa Apolónia ficou inundado na sequência de um aluimento de terras, em Junho de 2000, o qual obrigou à suspensão dos trabalhos durante seis meses durante os quais se procedeu à estabilização da zona.
Apesar dos contratempos, Manuel Frasquilho garantiu que o esvaziamento do túnel vai estar concluído "antes do final do ano" e que a obra não vai sofrer "atrasos significativos".
Cinco estações vão testar um novo sistema de acessoDurante a conferência de imprensa, a administração da empresa revelou que a partir da próxima segunda-feira o novo sistema de acesso vai arrancar em cinco estações, devendo toda a rede estar fechada no final do ano.
Assim, os passageiros do metropolitano que queiram entrar ou sair nas estações do Oriente, Colégio Militar, Cidade Universitária, Restauradores e Martim Moniz têm de utilizar os novos bilhetes magnéticos ou o cartão Lisboa Viva.
Este cartão, que substitui os antigos passes, pode ser carregado electronicamente em qualquer estação, mas para já ainda é necessário adquirir a senha mensal de passe porque os restantes operadores de transportes ainda não dispõem de sistemas electrónicos semelhantes aos do Metro.
Cerca de 360 mil cartões foram já distribuídos, mas o Metro estima que o número de pedidos vai chegar aos 430 mil. Para ninguém ficar de fora, os passageiros que ainda não têm o cartão Lisboa Viva vão poder usar uma porta de acesso aberta, controlada por funcionários da empresa.
O processo vai ser apoiado também por elementos do batalhão de Sapadores de Lisboa.