Governo aprova alteração ao Estatuto dos juízes. "Aspectos remuneratórios não foram contemplados"

A ministra da Justiça referiu na apresentação do diploma que a intenção da proposta, no essencial, foi a de adaptar o estatuto dos juízes à nova organização judiciária, que introduziu, por exemplo, a nova figura dos juízes presidentes dos tribunais.

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PAULO NOVAIS/LUSA

O Conselho de Ministros aprovou nesta quinta-feira a proposta de lei que altera o Estatuto dos Magistrados Judiciais, conformando-o com o novo desenho da organização judiciária aplicado em 2013.

"Tendo decorrido mais de 30 anos sobre a aprovação do Estatuto dos Magistrados Judiciais em vigor, considerou-se adequado propor uma intervenção mais abrangente que permitisse não só a actualização, mas também o aperfeiçoamento do estatuto, vincando os princípios estruturantes do exercício da função judicial", indica o comunicado da reunião do Conselho de Ministros.

Segundo o Governo, o estatuto dos juízes será agora tendencialmente ordenado pelo "princípio da auto-suficiência regulatória e da unidade estatutária, regendo todas as vertentes do exercício da função judicial".

A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, referiu na apresentação do diploma que a intenção da proposta, no essencial, foi a de adaptar o estatuto dos juízes à nova organização judiciária, que introduziu, por exemplo, a nova figura dos juízes presidentes dos tribunais.

Além de aspectos relacionados com a "boa gestão" dos tribunais, a proposta do Governo introduz também mecanismos de reforço da independência dos magistrados judiciais e das suas decisões, a avaliar pelas palavras da ministra.

Questionada sobre se a proposta de estatuto dos magistrados judiciais contempla aumentos e outras reivindicações salariais da classe, Francisca Van Dunem frisou que os "aspectos remuneratórios stricto sensu não foram contemplados" neste diploma que adapta o estatuto à nova organização judiciária.

Na preparação da proposta de lei hoje aprovada foram ouvidos o Conselho Superior da Magistratura, Procuradoria-Geral da República, Ordem dos Advogados, Associação Sindical dos Juízes portugueses e Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.