Jordi Sánchez abdica do cargo de deputado para ser libertado
A garantia foi dada pelo advogado durante uma audiência no Supremo espanhol, que analisa um recurso para que Sánchez seja libertado. A confirmar-se, a decisão afastará Sánchez da investidura como presidente da Generalitat proposta pelo parlamento catalão.
O advogado de Jordi Sánchez, deputado soberanista e antigo líder da Assembleia Nacional Catalã (ANC, uma histórica associação independentista), garantiu que o seu cliente vai abdicar do mandato de deputado pela Catalunha para regressar ao ensino universitário, o que o afastará da investidura como presidente da Generalitat proposta pelo parlamento catalão.
A garantia foi dada durante uma audiência no Supremo espanhol, que analisa um recurso para que Sánchez seja libertado – o deputado está em prisão preventiva desde Outubro devido ao seu papel nas manifestações pró-independência e organização do referendo.
Ainda de acordo com a imprensa espanhola, o Ministério Público pediu, durante a audiência no Supremo, que se mantenha a prisão preventiva de Sánchez por considerar que existe o risco de repetição dos crimes de “sedição” e “rebelião” pelos quais está acusado.
O advogado de Sánchez, Eduard Pujol, argumentou que o antigo líder da ANC não tem ambições políticas e que apenas pretende “recuperar a sua liberdade e abraçar os seus filhos”. Porém, em relação a Joaquim Forn, também deputado independentista que se encontra preso preventivamente e cujo recurso para ser libertado será também analisado pelo Supremo esta terça-feira, o Ministério Público propôs a sua libertação em troca de uma fiança no valor de 100 mil euros.
Sánchez foi o número dois do Juntos Pela Catalunha às eleições regionais de Dezembro. O partido ficou em segundo lugar, mas a ala soberanista conquistou a maioria. Perante a impossibilidade de investir Carles Puigdemont, auto-exilado em Bruxelas, Sánchez foi proposto para encabeçar a Generalitat. Porém, e a confirmar-se a saída de Sánchez do parlamento catalão, a ala soberanista terá de encontrar uma terceira opção para liderar o governo regional.
Sánchez pediu no início do mês de Março ao Supremo a libertação para que fosse investido como presidente da Catalunha. No entanto, o juiz Pablo Llarena rejeitou o pedido.
Depois de já ter recorrido ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo, o deputado catalão foi autorizado a comparecer perante quatro juízes do Supremo para defender o seu pedido de recurso da decisão de Llarena.