Palcos da semana

A música vai ao cinema e passeia-se pelo Alentejo, numa semana em que os Linda Martini voltam à estrada, Tonán Quito dirige uma tragédia grega e Philippe Quesne põe metaleiros na neve.

Foto

Teatro
A melancolia do hard-rock

Comem batatas fritas, sorvem cerveja, fazem headbanging, ouvem AC/DC. Ficaram com o carro e o atrelado parados pela neve numa floresta silenciosa. Decidem que é o momento ideal para criarem um parque de diversões ao seu gosto. Estão tentados a chamar-lhe Parque da Melancolia. Ou dos Dragões. Fazem planos mas, como sublinha o The New York Times, "este é um trabalho em que nada acontece. Mas esse nada é maravilhoso". Falamos de La Melancolie des Dragons, a peça que traz de volta a Portugal o encenador francês Philippe Quesne, mentor do Vivarium Studio e autor de espectáculos como Swamp Club, que passou pelo Rivoli em 2015.

PORTO Teatro Rivoli
Dia 16 de Fevereiro, às 21h30 (conversa pós-espectáculo com Inês Nadais, editora e jornalista do PÚBLICO).
Bilhetes a 10€

 

Foto
Miguel Manso

Música
Linda num ringue só seu

Acabados de sair do ringue de concertos-duelos que foi a digressão Rumble in the Jungle, partilhada com The Legendary Tigerman, os Linda Martini fazem-se à estrada sozinhos para exibir o recém-lançado álbum homónimo. Servido pelo single Gravidade, contrasta pela crueza com a relativa polidez do antecessor, Sirumba. Estão esgotados os bilhetes para a data dupla de arranque, em Lisboa, mas ainda os há para as próximas paragens: Arcos de Valdevez (17), Porto (23), Lousada (24), Ílhavo (3 de Março), Loulé (9) e Castro Verde (10).

LISBOA Lux Frágil
Dias 15 e 16 de Fevereiro, às 23h.
Bilhetes a 12€

 

Foto
Bruno Simão

Teatro
A tragédia de Quito

Tónan Quito envereda pela tragédia grega através da obra maior de Ésquilo: a trilogia Oresteia, que conta as histórias de Agamémnon, das Coéforas e das Euménides. Integrada no ciclo De Zeus a Varoufakis, a peça tem por base a adaptação feita por Miguel Castro Caldas, também responsável pela dramaturgia. É interpretada por Cláudia Gaiolas, Francisco Camacho, Isabel Abreu, Miguel Borges, Vera Mantero e o próprio Tónan Quito. Os outros dois rostos da fotografia pertencem aos Dead Combo, que tratam da música. Os figurinos vêm assinados por José António Tenente.

LISBOA Centro Cultural de Belém
De 17 a 19 e de 21 a 24 de Fevereiro, às 21h (excepto dia 18, às 16h).
Bilhetes de 12,50€ a 15€

 

Foto
Still de O Gabinete do Dr. Caligari

Música e cinema
Pautas, câmara, acção

A Casa da Música volta a ser também uma casa de cinema. Entra em exibição mais uma edição do ciclo Invicta.Música.Filmes. Abre dia 17, às 16h, com o projecto Factory 365 a sonorizar filmes de animação com gamelão. Duas horas depois, é projectado o oito vezes oscarizado Há Lodo no Cais (1954), de Elia Kasan, acompanhado da banda sonora de Leonard Bernstein, executada pela Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. No dia seguinte, às 12h, a Banda Sinfónica Portuguesa visita as partituras de John Barry para África Minha (de Sydney Pollack) e de John Williams para a saga Guerra das Estrelas, com arranjos do holandês Johan de Meij, que dirige o concerto e é autor das duas outras obras interpretadas: Via Claudia e Fellini. A fechar o ciclo (dia 20, às 19h30), o Remix Ensemble estreia uma banda sonora original de Wolfgang Mitterer para o clássico do cinema de terror e do expressionismo alemão O Gabinete do Dr. Caligari (1920), de Robert Wiene.

PORTO Casa da Música
Dias 17, 18 e 20 de Fevereiro.
Bilhetes de 7,50€ a 25€

 

Foto
Barbara Furtuna Pierrick Guidou

Música
É sagrado

No Alentejo, é com o património e a paisagem que as pautas se harmonizam – pautas de música sacra. Dez concelhos recebem nas suas igrejas e noutros locais a 14.ª edição do festival Terras sem Sombra. À excepção dos Barbara Fortuna, quarteto vocal corso que vem a Beja homenagear Michel Giacometti, toda a música está de alguma forma ligada à Hungria. É de lá que vem, para a abertura, em Vila de Frades, o Vaszy Viktor Kamarakórus. No último concerto, em Santiago do Cacém, ouvir-se-á um programa em torno do compositor György Kurtág. Entre eles, um ponto alto será a estreia absoluta, em Serpa, das Canções Populares Húngaras de Fernando Lopes-Graça. O alinhamento completo do festival – incluindo os programas paralelos de visitas ao património edificado e actividades ligadas à biodiversidade – está disponível aqui.

ALENTEJO Barrancos, Beja, Elvas, Ferreira do Alentejo, Mértola, Odemira, Santiago do Cacém, Serpa, Sines e Vidigueira
De 17 de Fevereiro a 8 de Julho.
Grátis

Sugerir correcção
Comentar