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Como são alimentados os bombeiros durante os fogos

Lei estipula 21,20 euros por dia para a alimentação de cada bombeiro.

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Adriano Miranda

Cabe à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) garantir que cada bombeiro em acção nos teatros de operações de combate aos incêndios é devidamente alimentado. Para isso está estipulado por lei que cada bombeiro tem assegurados 21,20 euros por dia para alimentação. São sete euros para o almoço, outro tanto para jantar e 1,8 euros para mais quatros refeições suplementares (pequeno-almoço, lanche e mais dois reforços).

Esse dinheiro é gerido a nível local por quem contratualizou com a ANPC a logística da preparação e distribuição alimentar. Podem ser associações humanitárias ou de bombeiros, câmaras municipais ou as próprias delegações regionais da protecção civil que, por sua vez, acordam com restaurantes ou outras empresas essa alimentação bem como a sua distribuição no terreno.

Para garantirem o pagamento por parte da ANPC, as entidades responsáveis pela logística da alimentação aos bombeiros têm de ver validadas as despesas pelas autoridades locais da Protecção Civil. A partir daí têm 30 dias para receber os montantes gastos, o que, segundo disserem ao PÚBLICO vários responsáveis pelos bombeiros, “raramente acontece”, verificando-se atrasos “que podem ir de um a dois meses”.

Há ainda situações excepcionais, como aconteceu nos grandes incêndios de Junho no Pinhal Interior Norte, em que, devido ao elevado número de operacionais no terreno, são montadas cozinhas de campanha por diversos ramos das Forças Armadas.

Solidariedade dos portugueses

Além desta alimentação oficial, os bombeiros recebem ainda mantimentos de outras entidades, a começar pelos portugueses que de forma solidárias se dirigem às associações de bombeiros para deixarem vários tipos de alimentos, especialmente quando se verificam situações de fogos mais graves.

Há ainda os chamados “cabazes Lidl”. A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) tem um acordo com esta cadeia de supermercados que, de cada vez que a alimentação escasseia, disponibiliza os cabazes necessários nos teatros de operações. Cada cabaz conta com 576 garrafas de água de 0,33 cl, 60 latas de atum, 60 de salsichas, 600 barras de cereais, 120 pacotes de sumo e 60 de bebidas energéticas.

O presidente da LBP Jaime Marta Soares diz que, além desta empresa, há “outras que também estão sempre disponíveis para ajudar sempre que os bombeiros necessitam".

Algumas associações de bombeiros têm ainda estratégias próprias para garantir a alimentação dos seus homens. É o caso dos bombeiros de Faro e Portimão que, com a ajuda de nutricionistas, criaram um kit de alimentação de emergência que é distribuído a todos os operacionais que vão para o terreno combater os fogos.

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