Vespa asiática: Quercus alerta para descontrolo

Presidente da Quercus acredita que é possível reduzir a dimensão desta praga desde que todos estejam "fortemente envolvidos"

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Ninho de vespa asiática PAULO PIMENTA

A Quercus alertou nesta quinta-feira para o alastramento da vespa asiática para as cidades, incluindo o Porto. A associação considera esta situação descontrolada e a causa de um prejuízo anual de cinco milhões de euros ao país, devido às baixas na produção de mel.

Os ninhos da vespa asiática, segundo referiu o presidente da direcção nacional da associação ambientalista Quercus, João Branco, são já "muitos milhares" em Portugal, e a espécie, cuja distribuição se encontrava restrita ao Noroeste do país, tem alargado para outras zonas, estando já confirmada no Porto, em Coimbra, em Aveiro, na Guarda, em Leiria, em Santarém, em Castelo Branco e, em alguns casos pontuais, no Alentejo.

"Talvez seja impossível erradicar a vespa asiática" do território nacional, indicou à Lusa o presidente, que admite, no entanto, a possibilidade de "reduzir muito a dimensão desta praga", com recurso a um "bom plano", "vontade política" e "investimento".

Apesar da existência do "Plano de Acção para a Vigilância e Controlo da Vespa Velutina [vespa asiática] em Portugal", criado em 2015 e coordenado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e pela "Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária" (DGAV), João Branco defende que os resultados desta iniciativa foram "decepcionantes" e que a mesma "falhou em toda a linha".

O presidente acredita que devem existir brigadas em todo o país, que possam executar uma procura activa e a destruição correcta dos ninhos de vespa asiática, plano no qual os cidadãos têm que ser "fortemente envolvidos" e que deve incluir como parceiros as associações de defesa do Ambiente.

A Quercos alerta ainda para a necessidade de protecção das espécies de vespas autóctones, cujos vespeiros estão a ser "destruídos em massa", devido à falta de informação prestada às populações, o que pode causar desequilíbrios ecológicos que favorecem a expansão da vespa asiática.

Para João Branco, é "muito importante" que existam acções de formação e divulgação sobre esta problemática junto das autarquias, bombeiros e cidadãos.

"Se as pessoas não conhecerem bem a vespa asiática vão estar sempre a matar outras vespas, ajudando à sua proliferação, visto que esta vai ocupar os locais deixados "vagos" pela destruição de vespeiros das outras espécies", referiu.

João Branco aconselha a que, antes de se destruírem os ninhos de vespa, devam ser seguidas as indicações do ICNF para uma correcta actuação nestes casos, podendo a detecção dos ninhos ser comunicada através dos 'sites' de associações de conservação da natureza, das autarquias e juntas de freguesia ou da linha de apoio SOS Ambiente (808 200 520).

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