Cerca de 30% das vítimas mortais nas estradas são idosos

Prevenção Rodoviária Portuguesa defende que "é prioritário" promover a segurança desta população.

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Rui Farinha

Três em cada dez pessoas que morreram em acidentes nas estradas portuguesas, em 2015, eram idosos, anunciou esta segunda-feira a Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), defendendo que "é prioritário" promover a segurança desta população.

Do total das 593 vítimas mortais registadas em 2015, 29,8% tinha 65 ou mais anos, "para uma percentagem de população que representa apenas 21% do total, e que apresenta uma muito menor exposição ao risco, pois circula, em média, bastante menos que a população mais jovem", referem os dados da PRP, divulgados a propósito do Dia Internacional do Idoso, assinalado a 01 de Outubro.

Para o presidente da PRP, José Miguel Trigoso, estes dados "são bastante demonstrativos de que a população sénior é a mais afectada pela sinistralidade nas estradas portuguesas e, o mais grave, é que é esperado que estes números aumentem".

A Prevenção Rodoviária Portuguesa sublinha que a taxa de mortalidade na população idosa situa-se nas 86 vítimas por milhão de habitantes (cerca de 70 na União Europeia), "um número bastante superior à taxa para a restante população, que se fica pelas 54 vítimas por milhão de habitantes".

Relativamente aos condutores, os dados indicam que as vítimas mortais e feridos graves com 65 ou mais anos representam 21,5% e 15,5%, respectivamente.

"Se considerarmos que apenas 13% dos condutores envolvidos em acidentes tinham idade igual ou superior a 65 anos, podemos observar uma tendência nesta faixa etária para sofrer consequências mais graves que as restantes", alerta a PRP.

Para este organismo, é "particularmente preocupante" a a elevada sinistralidade nos idosos enquanto peões.

Segundo os dados, mais de metade (56,3%) dos 146 peões atingidos mortalmente nas estradas portuguesas eram idosos.

"Foram 156 os peões idosos feridos com gravidade e 1.438 sofreram ferimentos ligeiros, o que representa, respectivamente, 36,4% e 29,8%" do total de sinistrados, refere a PRP.

Para José Manuel Trigoso, "promover a segurança dos utentes seniores é prioritário, tanto no que respeita à segurança dos peões - prioridade das prioridades -, como garantindo que mantêm as condições físicas necessárias para uma condução segura".

De acordo com dados do Eurostat, Portugal é um dos países da Europa com maior percentagem de idosos, sendo "expectável que a sinistralidade entre os mais velhos se agrave", já que, em 2050 cerca de 35% da população portuguesa terá idade igual ou superior a 65 anos, quando actualmente são apenas 21%