Só a Universidade de Lisboa escapa à queda das instituições nacionais no ranking QS

Universidade do Porto continua a ser a melhor portuguesa, mas perde 15 posições. Empresa que edita a lista associa piores resultados aos cortes no investimento público.

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Universidades com mais investimento sobem no ranking Rui Gaudêncio

A Universidade de Lisboa subiu mais de 100 lugares no Ranking Mundial de Universidades QS, cujos resultados são divulgados esta terça-feira. Na lista elaborada pela empresa multinacional Quacquarelli Symonds, a instituição da capital é a única nacional que consegue melhorar a sua prestação, entrando no top 400. A Universidade do Porto continua a ser a melhor instituição portuguesa, no 323º lugar, mas perde posições, tal como as outras três representantes.

A QS associa o melhor desempenho da instituição de Lisboa neste ranking com a “recente fusão da Universidade de Lisboa com a Universidade Técnica de Lisboa”, lê-se na nota enviada à imprensa. No entanto, há um ano, quando aparecia listada entre as posições 481 e 490, aquela universidade já era levada em conta como uma única instituição. Ainda assim, este ano dá um salto de mais de 100 posições, passando a constar entre as 350 melhores do mundo – está na 330ª posição.

O Ranking QS é a terceira grande lista internacional de universidades lançada este Verão, depois do CWUR, o maior ranking internacional, publicado em Julho, e da lista de Xangai, a mais antiga, lançada no mês passado. Portugal teve resultados díspares nessa lista, mas no ranking QS a tendência é claramente de perda.

 A Universidade do Porto continua a ser a melhor instituição de ensino portuguesa neste ranking, estando no 323º lugar. Ainda assim, sofre uma quebra de 15 posições. As restantes três instituições portuguesas presentes nesta lista estão também em queda. A Universidade Nova Lisboa perdeu 15 lugares e está agora em 366º, ao passo que a Universidade de Coimbra deixou de ter um lugar no topo 400 (era a 367ª ano passado) e passa a figurar no intervalo 451 a 460. Já a Universidade Católica Portuguesa, de Lisboa, a única instituição privada na lista, deixa de estar entre as 700 melhores universidades, caindo do intervalo 651 a 700 para o último patamar.

Terão sido os anos da austeridade responsáveis pela quebra dos resultados do ensino superior nacional neste ranking? O chefe da Divisão de Pesquisa da QS, Ben Sowter, relaciona o comportamento das instituições com o investimento que os países fazem no ensino superior no comentário aos resultados nacionais. “O ranking deste ano revela que os níveis de investimento têm determinado quem progride e quem regride”, afirma. “Instituições em países que oferecem altos níveis de financiamentos, seja por doações ou a partir de recursos públicos, estão a subir no ranking. Pelo contrário, nações da Europa Ocidental que estão a cortar investimentos em investigação pública estão a perder terreno para os Estados Unidos e a Ásia.”

O Ranking Mundial de Universidade das QS, editado pela Quacquarelli Symonds, mede aspectos como a reputação da instituição, na academia e entre os empregadores, e a internacionalização. A nível global, o Ranking Mundial de Universidades QS não apresenta grandes novidades e continua a ser liderado pelo Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, pela quinta vez consecutiva. As instituições norte-americanas e do Reino Unido dominam os primeiros lugares na lista. A única grande mudança foi a descida da Universidade de Harvard, também nos Estados Unidos, da segunda para a terceira posição, sendo ultrapassada pela californiana Universidade de Stanford, que era terceira há um ano, ex-aequo com a Universidade de Cambridge. A histórica instituição britânica é agora a quarta colocada.

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