Racionamento provoca corrida às bombas de gasolina em França

Medidas temporárias adoptadas para evitar risco de "penúria". Sindicatos que protestam contra nova lei do trabalho bloquearam acesso a depósitos de combustível e paralisaram refinarias.

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De pouco valeram as garantias do ministro dos Transportes francês, Alain Vidalias, que afastou a hipótese de uma crise no abastecimento de combustíveis por causa das greves e protestos contra a reforma da legislação laboral que paralisaram várias refinarias francesas. Com mais de 20% das estações de serviço no Norte e Oeste do país fechadas por já não ter gasolina, e milhares de automobilistas a acorrer às bombas para encher o depósito, as autoridades regionais decretaram um racionamento temporário do abastecimento, para evitar a ruptura e o risco de “penúria” de combustíveis.

Em cidades como Brest, Rennes ou Nantes, a corrida às bombas provocou engarrafamentos nos acessos ao postos de combustível – milhares de automobilistas enfrentaram mais de uma hora na fila para abastecer. Em muitos casos, a espera só dava direito a um máximo de 20 ou 30 litros de combustível por viatura ligeira (150 litros no caso dos pesados), com a reserva em bidões a ser interdita, por determinação das autoridades. O jornal La Voix du Nord destacava as declarações de dirigentes regionais que apelavam ao “civismo e responsabilidade dos cidadãos” até que fosse resposta a normalidade.

A escassez de combustíveis resulta das acções de protesto encetadas na quinta e sexta-feira por vários sindicatos que se opõem ao pacote laboral aprovado por decreto pelo Governo francês, e que bloquearam o acesso depósitos de combustíveis no Norte e Oeste da França e paralisaram várias refinarias.

O secretário-geral da intersindical CGT, Philippe Martinez, censurou este sábado a resposta do Governo de François Hollande, que acusou de seguir a cartilha do seu antecessor Nicolas Sarkozy a ordenar que as forças de segurança desmobilizassem os piquetes de greve. Segundo a AFP, a polícia “desbloqueou” o acesso a seis dos oito depósitos que se encontravam cortados por grevistas do sector dos transportes.

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