Escala tranquila do FC Porto em Haifa rumo aos oitavos-de-final

"Dragões" derrotaram o Maccabi Telavive por 3-1 e somam agora 10 pontos na Liga dos Campeões.

Foto
Jack Guez/AFP

Nos primeiros 15 minutos o Maccabi Telavive ainda ameaçou tornar a estreia do FC Porto em Israel problemática, mas, no segundo round entre portugueses e israelitas na Liga dos Campeões, os “dragões” voltaram a não ter qualquer problema para levar o rival ao tapete. Em Haifa, com uma boa exibição, os portistas venceram por 3-1 — golos de Tello, André André e Layún — e ficaram com o apuramento para os oitavos-de-final praticamente garantido: um empate frente ao Dínamo de Kiev, na próxima jornada, no Estádio do Dragão, garante a qualificação aos “azuis e brancos”.

Duas semanas depois de os portistas terem vencido, com facilidade, os campeões israelitas na cidade do Porto, o reencontro com o Maccabi mostrou mais conservadorismo de Julen Lopetegui e a mesma pouca audácia inicial de Slavisa Jokanovic, mas a diferença de qualidade entre os jogadores das duas equipas voltou a desequilibrar a balança a favor do técnico espanhol.

Repetindo a aposta das duas primeiras jornadas da prova, contra o Dínamo de Kiev e Chelsea, Lopetegui voltou a encostar André André no flanco direito. No extremo oposto, com Brahimi KO, Cristian Tello foi, pela primeira vez nesta época, titular em dois jogos consecutivos. A principal novidade estava, no entanto, no triângulo do meio-campo, com a aposta em Evandro — após cinco jogos consecutivos no “onze”, Imbula foi para o banco.

Com zero pontos e zero golos marcados nas três primeiras jornadas, o sérvio Jokanovic sabia que a recepção ao FC Porto era a “última oportunidade” que os israelitas tinham “para seguir em frente”, mas o treinador do Maccabi manteve o chip utilizado na Liga dos Campeões, colocando a estrela Zahavi sozinho na frente.

Os primeiros minutos, porém, mostraram um Maccabi atrevido e bastaram 63 segundos para Casillas apanhar um susto: o remate de Ben Haim saiu às redes laterais. O FC Porto não demorou a responder e, em três actos (7’, 10’ e 11’), Aboubakar esteve perto de marcar, mas a noite não era do camaronês. Em cima do primeiro quarto de hora, Casillas voltou a ser incomodado por Ben Haim, mas os problemas para os “dragões” em Haifa terminaram aí: aos 19’, um grande passe de André André deixou Tello em boa posição na esquerda e o espanhol, contando com alguma inabilidade da defesa do Maccabi, desviou para o fundo da baliza defendida por Rajkovic.

A partir desse momento, o jogo mudou. A vantagem deu lucidez ao FC Porto, tirou fulgor ao Maccabi e a correria de ambos os lados que se viu na parte inicial desapareceu. Com um ritmo mais pausado, os “dragões” retiraram a iniciativa aos israelitas e só não fizeram o 2-0 aos 34’, porque a sorte nada queria com Aboubakar no Estádio Sammy Ofer: bem assistido por Tello, o internacional camaronês, com a baliza aberta, acertou de raspão no lado errado do poste.

Após o intervalo, Jokanovic mostrou, finalmente, alguma ambição. Abdicando do 4x5x1, o treinador sérvio colocou em campo o modelo utilizado internamente e Zahavi passou a ter a companhia na frente de ataque de Ben Basat, ponta-de-lança internacional israelita, mas o FC Porto não deu tempo para que a estratégia de Jokanovic funcionasse: grande trabalho de Maxi na direita, cruzamento do uruguaio para a área e André André, de cabeça, colocou a bola pela segunda vez no fundo das redes israelitas. Com dois golos de diferença no marcador, restavam poucas dúvidas de que o FC Porto ia somar a terceira vitória consecutiva no Grupo G.

Um pontapé de baliza mal efectuado por Casillas ainda assustou os portistas, mas o jogo era “azul e branco” e, depois de Aboubakar, seria a vez de Evandro falhar um golo fácil: no seguimento de um remate de Tello, o médio brasileiro fez o mais difícil e falhou o alvo na recarga. O (merecido) terceiro golo, no entanto, acabou mesmo por surgir: com Tello novamente na jogada, a bola chegou aos pés de Layún que, com classe, rematou de pé direito sem hipóteses de defesa para Rajkovic.

Praticamente de seguida, um penálti inexistente ainda permitiu que o Maccabi reduzisse, por Eran Zahavi, mas o jogo já estava há muito decidido a favor dos “dragões”.

 

Foto
Sugerir correcção
Comentar