Governo não explica como vão ser resolvidas perdas no Novo Banco
Relatório do FMI diz que conclusão da venda vai demorar vários meses.
O Estado aplicou 3900 milhões de euros no Fundo, ficando as instituições financeiras responsáveis pelos outros mil milhões, com o Governo a afirmar que qualquer diferença negativa no negócio será sempre acomodada pelos bancos.
A questão é que, como assinala o FMI no relatório publicado esta quinta-feira, as autoridades portuguesas “ainda não especificaram os detalhes do mecanismo de alocação de perdas” se o valor da venda for inferior aos 4900 milhões aplicados em Agosto do ano passado quando o Banco de Portugal fez a intervenção no BES.
Sobre o processo de venda, o FMI destaca a existência de três pretendentes (Fosun, Angbang e Apollo), tendo recentemente o Banco de Portugal informado que o prazo para a entrega das propostas definitivas foi prolongado até dia 7 de Agosto.
O processo de análise regulatória sobre a alienação do Novo Banco terá início quando for assinado o contrato de compra e venda com o vencedor, e só após as devidas autorizações é que a operação poderá ficar fechada. Isto, assinala o FMI, irá demorar “vários meses”, destacando ainda que a alienação do Novo Banco vai obrigar a rever as contas do Governo do ano passado, de modo a reflectir o impacto orçamental da recapitalização pública da instituição. Essa alteração, no entanto, será vista pela troika como um evento extraordinário.