Nuno Melo considera declarações de Tsipras "do domínio da alucinação"

Eurodeputado do CDS acusa primeiro-ministro grego de não separar considerações partidárias das responsabilidades do Governo.

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Antigos apoiantes de Nuno Melo subscrevem esta moção Enric Vives-Rubio

O vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo considerou este domingo que as declarações de Alexis Tsipras são "próprias de quem não separa considerações partidárias e ideológicas das responsabilidades do governo", classificando-as como do "domínio da alucinação".

 "Acusar Portugal e Espanha de quererem derrubar o governo grego do Syriza, como fez Alexis Tsipras, entra no domínio da alucinação", escreve o eurodeputado do CDS-PP na rede social Facebook, numa opinião que intitulou "Syrizisses".

Nuno Melo adianta que as declarações do líder do Syriza "não são suportadas por um único facto que seja", uma vez que Portugal "votou solidariamente o acordo a que todos os países do Eurogrupo chegaram com a Grécia".

"Nessa medida, as declarações de Tsipras só podem interpretar-se como próprias de quem não separa considerações partidárias e ideológicas, das responsabilidades do governo", referiu, sublinhando que um mês depois de governação, "o líder do Syriza ainda não foi capaz de perceber a diferença entre o Conselho Europeu e uma qualquer IV Internacional".

O que significa, para Nuno Melo, que Alexis Tsipras não foi capaz de perceber "a diferença entre o sentido de Estado e a beligerância panfletária".

O vice-presidente do CDS recorda ainda que Portugal foi "solidário, emprestando apesar de todas as dificuldades, 1.100 milhões de euros à Grécia, que ainda não estão pagos" e "a Grécia governada por Andreas Papandreou, exigiu, em 1985, 2.000 milhões de dólares à CEE, para levantar o veto da adesão de Portugal".

No sábado, numa reunião do comité central do seu partido, Syriza, Tsipras afirmou que, no Eurogrupo, a Grécia se deparou "com um eixo de poderes, liderado pelos governos de Espanha e de Portugal que, por motivos políticos óbvios, tentou levar a Grécia para o abismo durante todas as negociações".

"O seu plano era e é desgastar-nos, derrubar o nosso Governo e levá-lo a uma rendição incondicional antes que o nosso trabalho comece a dar frutos e antes que o exemplo da Grécia afete outros países, principalmente antes das eleições em Espanha", previstas para o final deste ano, acrescentou, citado pela agência espanhola Europa Press.

 

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