Cartão de Cidadão com mais utilidades e autenticação por telemóvel
Projecto Chave Móvel Digital permitirá a autenticação pessoal através de um código SMS.
O projecto, tecnicamente denominado Chave Móvel Digital, está a ser desenvolvido pela AMA e permite a autenticação pessoal através de um telemóvel registado no sistema, tablet ou outros meios electrónicos, descreveu Ana Pipa. A tecnologia e os procedimentos vão ser muito semelhantes ao que já é hoje prática do sistema bancário na confirmação de operações de homebanking, ou seja, através da internet, em que é introduzido um conjunto de dígitos enviados por mensagem.
Outros projectos em desenvolvimento estão relacionados com o cartão de cidadão, que pode conter no seu chip um conjunto alargado de dados pessoais e está subaproveitado nas suas potencialidades, e com a assinatura digital. Alguns dos projectos no âmbito da autenticação e assinatura digital estão a ser trabalhados a nível europeu, na chamada área de "gestão de identidades inter-Estados", para evitar que os cidadãos do espaço comunitário sejam obrigados à deslocação presencial, quando têm assuntos a tratar noutro Estado-membro, que envolvem a sua identidade.
Há também projectos, como a possibilidade de fazer apenas uma assinatura para vários documentos, que deverá avançar já em Janeiro de 2015, são apenas destinados ao território nacional, pelo menos enquanto não houver uma uniformização das normas e procedimentos. A possibilidade de associar o perfil profissional à assinatura digital, por exemplo, nos documentos de um projecto que tem de ser assinado por um engenheiro, é outra das vertentes a explorar, o que implica a "interacção com as ordens e associações profissionais", segundo Ana Pipa.
Um passo decisivo para a desburocratização dos serviços públicos é como é vista a "desmaterialização" do pacto social das empresas: o que se pretende é que o nível de poderes conferidos a quem as representa para praticar determinados actos figure logo associado à identificação individual e autenticação de quem se apresente perante a administração pública.
Sérgio Henriques, do Gabinete Técnico de Fronteiras do SEF, descreveu o "estado da arte" do controlo automatizado de fronteiras e do sistema de alertas. Ficou-se a saber, por exemplo, que quando hoje, num aeroporto, se entrega a identificação ao funcionário, a conformidade dos documentos é electronicamente verificada, cabendo à intervenção humana sobretudo perceber se não há anomalias no sistema, e estar atento às situações que este avalia duvidosas.
É que, como anotou Carlos Lima, da Vision Box, empresa líder em sistemas de gestão de fronteira e controlo de identidade, "a verificação deve depender cada vez menos do factor humano, susceptível de erros por cansaço, negligência, ou mesmo corrupção.
Aumentar a segurança, em respeito pela privacidade e com rapidez, é o desafio que se coloca para o futuro, em que a biometria e a validação electrónica vão ter cada vez mais um papel a desempenhar: "Os dados biométricos não mentem, porque são da natureza, e os algoritmos também não", defendeu.
Aconselhou, no entanto a que seja feita uma validação "multifactor", com biometrias consolidadas. Uma validação feita com base na face pode ser adulterada se a pessoa tiver feito uma operação plástica, exemplificou.