Marinha sueca preparada para usar a força contra intruso nas suas águas

Operação militar que há cinco dias tenta encontrar um submarino estrangeiro perto da costa sueca ainda não apresentou resultados.

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Será difícil localizar a embarcação estrangeira, admite Marinha sueca Fredrik Sandberg / AFP

A Suécia montou nos últimos dias uma grande operação militar para localizar e identificar um submarino estrangeiro que foi detectado perto da sua costa e não descarta utilizar a força. A imprensa local noticiou esta terça-feira que foi estabelecido contacto, mas não houve qualquer confirmação oficial.

Desde quinta-feira que três testemunhas relataram ter avistado um submarino perto da costa ocidental da Suécia, a cerca de 30 quilómetros de Estocolmo. A Marinha sueca lançou uma das maiores operações do género nos últimos anos, que fez lembrar os ecos da Guerra Fria.

Foram mobilizadas cinco embarcações munidas de equipamentos para localizar submarinos, helicópteros e draga-minas e envolvidos 200 soldados. No entanto, a missão de localizar o intruso “será extremamente difícil”, como admitiu o supremo comandante das Forças Armadas suecas, Sverker Goransson, numa conferência de imprensa, esta terça-feira.

“O valor mais importante da operação, encontremos algo ou não, é enviar um sinal muito claro de que a Suécia e as suas forças armadas estão a actuar e estão preparadas para actuar quando acharmos que algum tipo de actividade está a violar as nossas fronteiras”, disse Goransson. “O nosso objectivo é forçar o que quer que seja a vir à superfície (…) utilizando a força, se necessário”, acrescentou.

O episódio vem recordar o período da Guerra Fria em que eram frequentes as incursões de submarinos soviéticos nas águas territoriais suecas – apesar de, tal como neste caso, quase nunca ter sido possível provar com toda a certeza que tenha havido violação da fronteira. Um dos casos em que esteve iminente um conflito directo foi em Outubro de 1981, quando um submarino nuclear soviético se aproximou de uma das bases mais importantes da Suécia e ficou retido durante dez dias, acabando por ser libertado pacificamente.

Também agora, as principais suspeitas recaíram sobre a Rússia, cujas relações com a União Europeia, e especialmente com os Estados nórdicos e bálticos, se têm vindo a degradar por causa do conflito ucraniano. Na região, a Marinha russa tem vários submarinos estacionados numa base em Kaliningrado – entre a Polónia e a Lituânia – e uma grande força naval perto de Murmansk.

Moscovo negou, porém, que o submarino pertença às suas forças navais, sugerindo que talvez se trate de uma unidade holandesa, de acordo com as declarações de uma fonte do Ministério da Defesa ao canal estatal RT. “No domingo, o Ministério da Defesa russo deu toda a ajuda que pôde aos suecos na sua busca fútil”, disse a mesma fonte. A Holanda negou que qualquer submarino da sua Marinha tenha entrado nas águas territoriais suecas.

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