Polícias federais brasileiros entram em greve e fazem acusações ao Governo

Os agentes afirmam que os operacionais escolhidos para a segurança do Mundial 2014 são inexperientes.

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Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

Os polícias federais brasileiros iniciaram, nesta terça-feira, mais uma mobilização nacional que vai durar até quinta-feira. Além de pedirem melhores condições, os agentes afirmam que por detrás da escolha dos profissionais responsáveis pela segurança do Mundial2014 estão critérios políticos e não de experiência operacional.

A greve iniciada pelos polícias federais brasileiros surge devido ao descontentamento face às condições de trabalho que têm. Os agentes pedem um aumento salarial, reestruturação da carreira e novas contratações, numa “Campanha por uma Segurança Pública Padrão FIFA”. mas também há uma revolta com a escolha dos agentes que irão coordenar as acções durante o Mundial 2014.

De acordo com a imprensa brasileira, os profissionais afirmam que na base da selecção estiveram critérios políticos e que alguns dos seleccionados não têm experiência operacional para planearem a segurança do Campeonato do Mundo. Para a Federação Nacional dos Polícias Federais (Fenapef), estes devem ser substituídos por outros mais experientes.

Segundo o Globo, Jones Leal, presidente da Fenapef, reitera a existência de fragilidades na segurança no Brasil: “Em todos os aeroportos e unidades de fronteira brasileiros, sem excepção, não existe uma quantidade suficiente de agentes federais para o policiamento aeroportuário, de fronteiras e combate ao crime organizado. Nalguns aeroportos não há nenhum. E, infelizmente, mais de 250 polícias abandonam a profissão todos os anos, pois a carreira tem sido duramente desvalorizada pelo Governo.”

A Fenapef, em comunicado, acusou o Governo brasileiro de ser “mal assessorado” e de não ter “noção da realidade” do país: “Na hora de tomar decisões, os polícias especializados e experientes em campo não são ouvidos".

Para a próxima quarta-feira foi já convocada uma manifestação, em Brasília, onde os agentes em protesto – cerca de 800, de acordo com a expectativa do Sindicato dos Polícias do Distrito Federal -, vão "acompanhados" de um elefante branco insuflável, símbolo da burocracia e das políticas de interesse pessoal que dizem reger a segurança pública.

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