Espaço de criação artística na Rua da Alegria abre portas ao Porto até Fevereiro

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Parceria com o Teatro Helena Sá e Costa vai permitir mostrar trabalho feito por residentes na Fábrica da rua da Alegria Paulo Pimenta

A Fábrica da Rua da Alegria, um espaço de criação artística fundado em 2005 no Porto, vai abrir-se à cidade deste esta quarta-feira e até 2 de Fevereiro, numa iniciativa conjunta com o Teatro Helena Sá e Costa.

O evento chama-se “Fábrica à mostra” e resulta de um desafio do teatro e da Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo (ESMAE) às companhias residentes da antiga fábrica têxtil no número 341 da rua da Alegria para que conjuntamente promovessem “uma mostra dos seus trabalhos mais recentes”, de acordo com um comunicado.

Para além dos espectáculos e das acções de formação que vão decorrer durante este período, no sábado vai ter lugar um debate sobre “As Fábricas de Cultura”, havendo “toda a curiosidade em saber o que é que o [vereador da Cultura] Paulo Cunha e Silva pensa” acerca do futuro em relação a este tipo de espaços e dinâmicas a fomentar na cidade, disse à Lusa a directora de produção do Teatro Helena Sá e Costa, Luísa Moreira, notando que, apesar de não estar presente, o autarca mostrou disponibilidade para uma visita nesse dia.

“Há caminhos a traçar para um futuro que não se avizinha fácil, mas que só o será se for de continuidade, de resistência às dificuldades e intempéries de uma crise que aperta e estrangula grande parte do tecido cultural. Como sobreviver neste contexto? Que relação com a escola e com os seus espaços é possível estabelecer? E qual o papel de um teatro como o Helena Sá e Costa neste contexto? Vizinhança, co-produção, cumplicidade”, escreveu Luísa Moreira num texto de introdução ao programa da “Fábrica à Mostra”.

Na programação estão incluídas acções como treinos abertos de circo (esta quarta-feira e dia 29 das 19h às 22h30, na Fábrica da rua da Alegria), oficinas de fotografia para crianças e famílias (sábado e domingo à tarde também na Fábrica), sessões de introdução a teatro de improviso (dia 31 às 16h00 na ESMAE) e oficinas de construção de marionetas (dias 1 e 2 de Fevereiro de manhã e à tarde na Fábrica).

Adicionalmente, o espaço vai receber visitas guiadas para expor e conversar com o público sobre os projectos existentes na Fábrica, que acolhe um total de 18 entidades, a maioria das quais sem financiamento, mas com o apoio da ESMAE no que toca à residência.

Luísa Moreira estabelece o paralelo entre a Fábrica da rua da Alegria e o centro comercial STOP, que, de há anos para cá, funciona como sala de ensaio para uma multiplicidade de bandas e artistas do Porto, com a diferença que, no caso da antiga têxtil, se trata de teatro.

Enquanto Luísa Moreira nota a “carência de espaços de criação” teatral no Porto, o director da companhia Palmilha Dentada, Ricardo Alves, considera que a “maior carência é de falta de espaços de exibição”, gerando-se um círculo vicioso numa cidade em que edifícios camarários desocupados podiam dar resposta às necessidades do sector.

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