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Seguro anuncia que não houve acordo com PSD e CDS

Em declaração ao país, o líder do PS afirmou que os dois partidos da maioria inviabilizaram o "compromisso de salvação nacional".

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Seguro, durante a intervenção em que culpou PSD e CDS Rui Gaudêncio

Em declaração ao país (disponível na íntegra aqui), cerca de uma hora antes de começar a reunião da sua comissão política nacional, o secretário-geral do PS afirmou que agora "cabe ao senhor Presidente da República decidir".

Mas qualquer que seja a decisão, Seguro prometeu que o PS vai continuar a "bater-se pelas suas propostas", todas no sentido da "criação de emprego, crescimento económico, equilíbrio nas contas públicas, gestão sustentada da dívida pública e verdadeira reforma do Estado".

Disse mesmo que o PS “se bateu durante toda a semana para que não houvesse mais cortes nas reformas e nas pensões, nem despedimentos na função pública, nem cortes salariais".

Seguro discriminou todas as propostas que o PS levou para a mesa das negociações, e que na sua larga maioria o PS ou já levou ao Parlamento e foram chumbadas pela maioria PSD/CDS-PP, ou já defendeu em intervenções anteriores.

Em resumo, afirmou que o PS propos a "estabilização da economia", nomeadamente pondo "fim às políticas de austeridade e estabelecendo uma política de rendimentos através de um Acordo de Concertação Social Estratégica".

“Fizemos tudo o que devíamos, estivemos a lutar por soluções realistas para resolver os problemas das famílias e das empresas”, contou Seguro. “Mesmo assim, o PSD e o CDS inviabilizaram um compromisso de salvação nacional.”

O líder socialista não poupou, depois, críticas ao que se pode entender como a irredutibilidade dos dois partidos da maioria. “Este processo demonstrou que estamos perante duas visões distintas e alternativas para o país”, apontou: “Manter a direcção ou dar um novo rumo”.

“Que fique claro para todos os portugueses o que cada um defendeu”, realçou Seguro, para depois dizer que a proposta do PS “está escrita e à disposição de todos, no site do partido” – numa espécie de desafio ao PSD e ao CDS-PP.

Lembrou depois que a actual “grave crise política” foi aberta pelas demissões dos ministros de Estado das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, apontando responsabilidades numa única direcção: o executivo de Passos Coelho.

E somou: “Durante dois anos o PS nunca foi chamado a dar o seu contributo apesar das propostas alternativas que foi apresentando. Mas o actual Governo ignorou sempre o PS”.

Nestas negociações do “compromisso de salvação nacional”, o PS quis um “diálogo com todos”, “esteve de boa-fé e empenhado em alcançar um compromisso”, garantiu ainda o líder socialista.

No entanto, acrescentou, “houve conversações e negociações que mostraram que nalgumas propostas é possível haver convergência”.
 

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