Comissão de Trabalhadores pede que Relvas leve consigo administração da RTP
Saída do ministro pode significar “o ponto de partida para um novo começo” na estação pública.
Em comunicado, os representantes dos trabalhadores dizem que a demissão do ministro “mais desacreditado de um Governo desacreditado” “só peca por tardia”.
A CT apela a Miguel Relvas que “leve consigo o conselho de administração que instalou na RTP – ambos na mesma viagem sem regresso”. E também levem o Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento da RTP, o documento que apresentaram no Parlamento “sem cumprirem os prazos legais de audição da CT, com a pressa que tinham de desmantelar a empresa”.
A administração liderada por Alberto da Ponte e nomeada por Miguel Relvas, recorda a CT, ajudou a implantar o “caos” na RTP. Por isso, critica a CT, “o conselho de administração e o ministro da tutela estavam bem um para o outro”.
Miguel Relvas não tem sido poupado pela CT devido à sua actuação em relação à RTP. O programa do Governo previa a reestruturação da RTP e a manutenção de apenas um canal generalista de serviço público. O outro canal deveria ser privatizado numa altura oportuna.
As ideias de Relvas para a RTP foram mudando: falou-se em extinguir um canal e concessionar o outro, em concessionar os dois canais, em privatizar a empresa. Até que no início deste ano, em Conselho de Ministros, foi incumbido de elaborar um plano de reestruturação que emagrecesse a empresa – sobreviverá apenas com a contribuição para o audiovisual e a publicidade, num orçamento total de 180 milhões de euros - e mantivesse a totalidade de canais de televisão e de rádio que hoje tem. Foi daí que nasceu o Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento que começou a ser aplicado há três semanas, com o início das candidaturas a rescisões amigáveis.