Empresas petrolíferas dizem que teste da Deco tem "falta de rigor técnico"

A Deco defende que o gasóleo é todo igual, mesmo aqueles tipos que são considerados premium

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Fernando Veludo

As empresas petrolíferas consideram o estudo da Deco sobre os gasóleos, em que diz que são todos iguais, como "não-fundamentado", com falta de rigor técnico e "uma extrapolação abusiva".

 

António Comprido, secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), afirmou não concordar com a posição da Deco e contesta "a base técnica, falta de rigor e falta de fundamentação dos testes realizados pela organização de defesa do consumidor."

A Deco alertou a 23 de Novembro que o gasóleo é todo igual, mesmo aqueles tipos que são considerados premium, afirmou que denunciou o caso às autoridades e classificou o comportamento das empresas petrolíferas de terem "uma prática comercial desleal".

Na altura, adiantou que "as promessas de menor consumo, menores emissões poluentes e maior protecção do motor com poupanças futuras não passam de marketing para cobrar mais uma dezena de cêntimos ao litro".

Perante esta denúncia, a Apetro, em comunicado divulgado nesta sexta-feira, refere: "Depois de atentamente visualizados os vídeos e lidos os textos disponibilizados pela Deco no seu site e nos órgãos de comunicação social relativos ao teste realizado, julgamos que as afirmações contidas na campanha que estão a promover não estão devidamente fundamentadas".

A associação alerta para a "falta de rigor técnico" porque o teste "foi efectuado em apenas 12.000 Kms, valor incomparavelmente inferior ao que é normalmente utilizado em ensaios desta natureza, que se costumam situar nos 60.000 Kms, sendo, portanto, insuficiente para retirar conclusões".

Além disso, a Apetro indica que, em termos de desgaste e de criação de depósitos, no caso dos motores a gasóleo, estão mais expostos à qualidade do combustível as válvulas e o sistema de injecção e não os êmbolos, conforme foi testado pela Deco, mais sensíveis às diferenças de qualidade do combustível no caso do motor diesel.

Outra das questões apontadas pela Apetro é a de o estudo do organismo de defesa do consumidor apenas ter testado "alguns tipos de gasóleo", generalizando para todos os combustíveis.

A associação que representa as empresas petrolíferas acrescenta que a utilização de aditivos nos combustíveis "permite aperfeiçoar algumas das suas propriedades, o que irá conduzir a um mais perfeito funcionamento dos motores, ao longo do tempo, com as consequentes vantagens sob o ponto de vista de rendimento, longevidade, consumo, emissões, potência e até como resposta".

 
 
 

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