Demissão de Monti castiga os mercados de Itália e Espanha

Mercados reagiram à iminente demissão de Mario Monti com subidas nos juros de Itália e Espanha

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O primeiro-ministro italiano anunciou no sábado que pretende afastar-se do Governo depois da aprovação do Orçamento do Estado Stefano Rellandini/Reuters

Os efeitos da iminente saída do primeiro-ministro italiano alastraram-se a Espanha, confirmando os receios que levantara o ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos, que afirmou também nesta segunda-feira que temia um “contágio imediato” da instabilidade política italiana. A par da queda na bolsa de Madrid – o IBEX 35 caía esta manhã à volta dos 2% -, os juros sobre a dívida espanhola a 5 anos cresciam para os 5,61% nesta segunda-feira, face aos 5,45% registados na sexta-feira.

Mario Monti anunciou no sábado que se iria afastar do cargo de primeiro-ministro depois de aprovado o Orçamento do Estado italiano para 2013. Monti entende ter perdido o apoio do maior partido da oposição, o Povo da Liberdade (PdL), de Silvio Berlusconi. Apesar de o partido de centro-direita ter afirmado que iria votar favoravelmente o orçamento de Monti para 2013, na passada quinta-feira, o PdL não acompanhou o voto do Governo por duas vezes. No mesmo dia, Silvio Berlusconi anunciou que se iria recandidatar ao cargo de primeiro-ministro nas próximas legislativas pela sexta-vez, na tentativa de recuperar o cargo que perdera em 2011.

Em Portugal, a pressão sobre os juros da dívida no mercado secundário fugia à instabilidade italiana e espanhola. Esta manhã, os juros da dívida a 10 anos baixavam dos 7,55% de sexta-feira para os 7,50%.

No entanto, o principal índice de Lisboa acompanhava a queda das principais bolsas europeias. A poucos minutos das 11h, o PSI20 caía 1,28%, para os 5366,48 pontos. Destaques para as perdas da EDP Renováveis, que desvalorizava 3,75%, e do BES, que perdia 2,51%. 

Notícia corrigida às 11h35 e às 15h54

Corrigidos os valores dos juros da dívida espanhola. Alterada designação sobre FTMIB.

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