PS considera “inaceitável” que Lisboa fique sem descontos nas portagens

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Foto: Alexandre Afonso (arquivo)

O presidente da Federação de Lisboa do Partido Socialista (PS), Marcos Perestrello, considerou inaceitável que Lisboa fique fora das preocupações do Governo no preço das portagens.

O deputado reagia, em declarações à Lusa, à medida anunciada no domingo pelo Governo, da redução de 15% no preço das “portagens” das antigas vias sem custos para os utilizadores (Scut), num novo regime que põe fim a descontos e isenções, com base no local de residência.

“Mais uma vez, o Governo deixa fora das suas preocupações a região de Lisboa. É aqui que vive um terço da população do país, é aqui que mais se contribui para a economia do país, mas tem sido a região mais afectada com a crise, e onde mais empresas têm fechado”, salientou Perestrello.

O secretário de Estado das Obras Públicas e Transportes, Sérgio Monteiro, anunciou ontem, em Lisboa, que o novo regime prevê que as empresas transportadoras de mercadorias continuem a beneficiar de um desconto adicional de 10% nas passagens, durante o dia. O desconto será de 25%, à noite, sobre as novas tarifas, o que totaliza uma redução de 25% e 40%, respectivamente.

Isenções acabam

Assim, acabam as isenções para as primeiras dez passagens mensais e os descontos de 15% nas portagens para os utilizadores residentes abrangidos por sete SCUT – Costa da Prata, Grande Porto, Norte Litoral, Algarve, Beiras Litoral e Alta, Beira Interior e Interior Norte.

“Lisboa paga as portagens mais caras do país, paga o combustível mais caro do que outras regiões do país, e aqui o aumento dos transportes públicos foi de 20%”, criticou o presidente da Federação de Lisboa do PS.

Para os socialistas, esta medida do Governo “não é compreensível nem aceitável”, e vão avaliá-la “com cuidado”.

“Não sei se o Governo considera que Lisboa é uma região privilegiada, mas aqui as pessoas gastam muito dinheiro com a mobilidade. Uma família com dois filhos a estudar no ensino superior, gasta cerca de duzentos euros em passes sociais. É muito dinheiro”, comentou.

“Se o Governo tem margem para mexer nas portagens, então tem de o fazer incluindo Lisboa: ou reduzindo as portagens ou aplicando essa margem na melhoria do sistema de transportes públicos, e não faz isso”, lamentou Marcos Perestrello.

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