António Nogueira Leite: se me obrigarem a pagar mais impostos, "palavra de honra que me piro"

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Nogueira Leite foi conselheiro económico de Passos Coelho Miguel Manso

António Nogueira Leite, vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), veio juntar-se ao coro de críticas no interior do PSD às medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro na sexta-feira.

Numa mensagem publicada no Facebook, Nogueira Leite escreveu: “Se em 2013 me obrigarem a trabalhar mais de 7 meses só para o Estado, palavra de honra que me piro, uma vez que imagino que quando chegar a altura de me reformar já nada haverá para distribuir, sendo que preciso de me acautelar”.

O social-democrata começa por dizer que o seu “dia de libertação de impostos” foi a 1 de Agosto. “Ou seja, até esse dia tudo o que ganhei entreguei ao Estado. É certo que a queda abrupta de salário contribuiu para tal e ninguém me obrigou a mudar de poiso. Isto só no que respeita a impostos directos”. E conclui o comentário dizendo que esta “não é a condição de homem livre!”.

O economista, que foi secretário de Estado do Tesouro e Finanças no último Governo de António Guterres e conselheiro económico de Pedro Passos Coelho, está na comissão executiva da CGD desde Julho de 2011.

As demonstrações de descontentamento dentro do PSD em relação ao pacote apresentado pelo primeiro-ministro – um aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social e uma redução das contribuições das empresas – sucederam-se nos últimos dias, com Alexandre Relvas, ex-dirigente social-democrata, a dizer que o impacto das medidas “será marginal, quer no emprego, quer nas exportações”. A Juventude Social-Democrata (JSD) e os Trabalhadores Sociais-Democratas (TSD) exigiram equidade na distribuição dos sacrifícios.

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