PCP diz que medidas actuais vão conduzir a novos recordes de desemprego

O PCP questionou hoje as “políticas que têm sido seguidas” e têm levado às taxas “elevadas” de desemprego em Portugal, antecipando novos máximos históricos para o indicador nos tempos futuros.

“Qual o próximo recorde que vai ser batido a nível do desemprego?”, questionou José Lourenço, da Comissão das Actividades Económicas do partido, para quem os números do Eurostat hoje revelados “não constituem qualquer surpresa para os portugueses e para o Governo”.

A taxa de desemprego em Portugal atingiu os 15,7 por cento em Julho, valor idêntico a Junho, enquanto na zona euro e no conjunto da União Europeia (UE) se manteve nos 11,3 e 10,4 por cento, respectivamente, revelou hoje o Eurostat.

Os dados do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia, que revêem em alta os números referentes a Junho -- o Eurostat estimara antes uma taxa de 15,4 por cento em Portugal, tendo agora corrigido para 15,7 --, “mantêm” Portugal como o terceiro país com uma taxa de desemprego mais elevada, apenas atrás de Espanha (subiu para 25,1) e Grécia (23,1, valor referente a Abril).

Para o PCP, “são as políticas de empobrecimento” dos portugueses que têm levado ao evoluir do indicador, sendo de temer que Lisboa atinja os números de Madrid e Atenas.

“Do nosso ponto de vista, com estas políticas, não há de facto luz ao fundo do túnel [para os portugueses]”, declarou José Lourenço.

Na comparação homóloga, com o mesmo mês do ano anterior, a taxa de desemprego em Portugal subiu 3,2 pontos percentuais (em Junho de 2011 era de 12,5 por cento), enquanto na Zona Euro aumentou 1,2 pontos e na UE 0,8 por cento.

Com a taxa a manter-se estável em Julho tanto na Zona Euro como no conjunto da União comparativamente ao mês anterior, existem actualmente 25,254 milhões de pessoas desempregadas na Europa, 18 milhões das quais na Zona Euro.

Entre os jovens (com menos de 25 anos), Portugal registou um recuo, de 37,6 para 36,4 por cento, continuando, todavia, a registar a terceira taxa mais elevada entre os países sobre os quais há dados disponíveis e muito acima da média da zona euro (22,6) e da UE (22,5).

O Eurostat calcula mensalmente uma taxa harmonizada de desemprego para todos os países da UE. Esta taxa utiliza uma metodologia comum a todos os 27 para permitir comparações. Os resultados do Eurostat não são necessariamente iguais aos obtidos pelo Instituto Nacional de Estatística.

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