Auchan admite vir a limitar pagamentos com cartão se taxas não baixarem

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O grupo Auchan defende a redução do peso das comissões bancárias Foto: Nuno Oliveira

O grupo Auchan, proprietário dos hipermercados Jumbo, admite actuar em relação aos pagamentos com cartão na sua rede caso não haja uma redução das taxas, mas descarta tomar “de imediato” uma posição semelhante à do Pingo Doce.

A partir de 1 de Setembro, o Pingo Doce vai deixar de aceitar pagamentos com cartões de multibanco e de crédito em compras com valor inferior a 20 euros, uma medida com a qual o grupo conta conseguir uma poupança anual superior a cinco milhões de euros.

“De momento, não está a ser equacionada medida similar”, disse fonte oficial do grupo Auchan. “Continuaremos a defender a redução do peso das comissões bancárias, pois nunca aceitaremos aumentar os preços dos produtos aos clientes para suportar o seu peso. Ainda há um longo caminho a percorrer na redução das referidas comissões, pelo menos até ao valor médio da Europa Ocidental”.

O grupo Auchan, acrescentou, tem trabalhado com a Unicre, quer directamente, quer através da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), “num plano tendente à redução das comissões”.

No entanto, “caso o referido caminho não nos leve a uma redução até ao nível necessário, provavelmente a prazo não nos restará outra alternativa que não seja pedir aos clientes para substituírem o pagamento em cartão por pagamento em dinheiro, pelo menos até um determinado limite”.

A directora-geral da APED, Ana Trigo Morais, considerou que as taxas cobradas nas transacções com cartões de multibanco aos retalhistas em Portugal “são muito elevadas”.

“Entendemos que Portugal é um mercado que tem pouca concorrência e cobra taxas muito elevadas aos comerciantes”, disse. A associação defende “a baixa da taxa de serviço aos comerciantes, sublinhando que “nos últimos quatro anos os associados da APED pagaram 318 milhões de euros” em taxas de custo de pagamento.

A APED, que disse já ter tido várias reuniões com a Unicre, entidade responsável pela gestão e emissão de cartões de pagamento, reconheceu que “tem havido alguns ajustamentos em baixa, mas são insuficientes”.

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