Furacão Gordon danificou sobretudo campos agrícolas

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Furacão Gordon atravessou o Atlântico em direcção aos Açores mas não deverá chegar a Portugal Continental Foto: NASA

A madrugada desta segunda-feira foi passada em sobressalto nos Açores mas não há danos significativos a registar após a passagem do furacão Gordon. Segundo o presidente do Governo regional, Carlos César, os campos agrícolas foram os mais afectados pela intempérie.

Num balanço feito ao início da tarde, o governante informou que a passagem do furacão originou 11 ocorrências sem gravidade em Santa Maria e sete em São Miguel, onde ocorreram falhas pontuais de energia eléctrica.

“Felizmente, não se observaram prejuízos de maior em bens e infraestruturas e, muito menos, de natureza pessoal”, afirmou Carlos César, acrescentando que “os prejuízos maiores foram na área agrícola”. Segundo o presidente do Executivo açoriano, citado pela Lusa, estão já referenciados “prejuízos muito sensíveis” na horticultura e na fruticultura, e também em estufas, especialmente na ilha de Santa Maria.

Carlos César salientou que foram também registados prejuízos em culturas forrageiras, especialmente milho, na costa sul de São Miguel, e em algumas zonas de vinha.

Além disso, a chuva e o vento forte provocaram a queda de árvores e a obstrução de “vários quilómetros” de caminhos agrícolas e de estradas regionais, que deverão ser limpos e ficar transitáveis ainda nesta segunda-feira.

Na terça-feira, vai começar uma “vistoria geral” a cursos de água e ribeiras para avaliar se é necessário proceder à sua limpeza e desobstrução.

Segundo as previsões do Instituto de Meteorologia, o pior já passou. Ao início da manhã, o meteorologista Pedro Mata disse à Lusa que o Gordon se transformou entretanto numa tempestade tropical e está a afastar-se do arquipélago.

Durante a noite, o período mais crítico sobretudo na ilha de Santa Maria (por onde passou o olho do furacão) foi entre as 3h e as 5h30, com ventos fortes e muita chuva.

Na conferência de imprensa, Carlos César destacou "a capacidade dos açorianos e das instituições”, referindo-se especialmente ao trabalho desenvolvido por 870 pessoas que estiveram toda a noite no terreno, bem como à contribuição dada pelos trabalhadores dos municípios afectados e à prontidão em que foram colocados os efectivos militares para poderem ajudar em caso de necessidade.

Para Carlos César, “o civismo e a cultura de protecção civil dos açorianos e a forma como cumpriram as orientações que foram dadas permitiram minimizar muito do potencial de prejuízos”.

O presidente do executivo regional elogiou ainda o trabalho desenvolvido pela Protecção Civil, frisando que o dispositivo existente no arquipélago “é o adequado”.

“Não me recordo de nenhuma situação em que a capacidade de prontidão e de resposta não tenha sido dada em tempo oportuno”, afirmou.

Poucas horas depois da passagem do furacão, numa reviravolta típica do estado do tempo nos Açores, o sol voltou a brilhar e as praias de São Miguel e de Santa Maria tornaram a ficar cheias de pessoas.

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