Pussy Riot denunciam “processo estalinista”, sentença é conhecida dia 17
Nadezhda Tolokonnikova, 22 anos, Maria Aliokhina, 24, e Iekaterina Samutsevich, 29, estão presas há cinco meses. O julgamento começou na semana passada e está a ser muito rápido, com a defesa a queixar-se de não conseguir chamar testemunhas e de ver as suas perguntas permanentemente rejeitadas pela juíza.
O processo é semelhante aos “das troikas da época de Estaline”, afirmou Nadezhda Tolokonnikova na sua última declaração, na audiência desta quarta-feira, mencionando os julgamentos arbitrários e rápidos da era estalinista, com condenações a anos em campos de trabalho ou mesmo à morte.
“O nosso lugar é em liberdade e não atrás das grades”, disse Tolokonnikova, que usava uma t-shirt com um punho fechado e a palavra de ordem "No pasarán!". Houve “uma ordem política” para o castigo, acusou. “As Pussy Riot são alunas e descendentes de dissidentes”, sublinhou – a acusação tem ignorado o elemento de protesto político e acusado as activistas de um crime de ódio religioso, pedindo três anos de prisão.
Processo de 3 semanas
A sentença será conhecida na próxima sexta-feira, dia 17 de Agosto, anunciou entretanto a juíza, isto para um processo que começou na segunda-feira passada, dia 30 de Julho.
O apoio às activistas tem vindo de muitos artistas internacionais, a mais recente Yoko Ono, e de políticos, os últimos foram 120 deputados do Parlamento alemão e o ministro checo dos Negócios Estrangeiros. O diário russo Kommersant estima mesmo que “a multiplicação de críticas ao processo Pussy Riot pelos Estados Unidos e União Europeia poderá ser uma das principais causas de irritação entre o Ocidente e a Rússia”, e prejudicar as tentativas do Kremlin melhorar a imagem da Rússia no estrangeiro.
Na Rússia, especula-se que as Pussy Riot possam ser condenadas a menos de três anos de prisão. “A pena deverá incluir provavelmente a detenção provisória e será um pouco superior”, disse uma fonte do parlamento ao diário russo. “Seria absurdo libertá-.las imediatamente à saída do tribunal”, defendeu.