Governo desiste de comprar dez helicópteros para o Exército

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O ministro da Defesa vai tentar negociar para não ter de pagar uma indemnização de 50 milhões de euros ao fabricante Foto: Miguel Madeira

A mesma fonte adiantou que “a continuação no programa” iria implicar gastos na ordem dos 420 milhões de euros até 2020 e que já no próximo ano, 2013, Portugal teria de pagar “um valor a rondar os 120 milhões de euros”.

O Ministério da Defesa disse que irá “continuar as conversações com a indústria, no sentido de converter a eventual indemnização [ao fabricante], estimada em 50 milhões de euros, em encomendas” de aeronaves “que satisfaçam necessidades gerais do Estado português”.

"É possível fazer a conversão desse valor em outros programas que permitam (...) adquirir outro tipo de equipamento", admitiu o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco, numa entrevista conjunta ao Diário de Notícias e à TSF, que será publicada amanhã.

Segundo o Diário de Notícias, Aguiar Branco revelou que a decisão foi tomada esta semana em Conselho de Ministros e que foi "mandatado" para fazer a negociação com o consórcio NH90, um projecto cooperativo no âmbito da NATO e criado nos anos 1990 pela França, Alemanha, Itália e Holanda, a que depois se juntou Portugal.

O actual chefe do Estado-Maior do Exército, general Pina Monteiro, “participou e acompanhou todo o processo de decisão, estando convictamente de acordo com a mesma”, disse fonte da tutela à Lusa.

Até à data, Portugal tinha gasto neste projecto um valor próximo dos 87 milhões de euros.

Portugal participa desde 2001 no “desenvolvimento, produção, aquisição e apoio logístico ao longo do ciclo de vida” dos helicópteros médios NH90 e tinha decidido comprar dez aparelhos para o Exército português.

O ministro da Defesa já informou o presidente da comissão parlamentar, José Matos Correia, disponibilizando-se para ir à Assembleia da República prestar esclarecimentos aos deputados.

Questionada pela Lusa sobre a situação das viaturas blindadas Pandur, fonte oficial do Ministério da Defesa disse apenas que os contratos continuam “em renegociação”.