Feng Jianmei não podia pagar multa por segundo filho e obrigaram-na a abortar

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Escultura a promover a política de um filho, em Pequim Reuters/Guang Niu

Um aborto forçado aos sete meses de gestação na China está a gerar uma onda de indignação contra a política de controlo de natalidade no país, depois de uma imagem do feto morto deitado ao lado da mãe ter ido parar à Internet.

Grupos de direitos humanos dizem que as autoridades da província chinesa de Shaanxi obrigaram a mulher, Feng Jianmei, a abortar a 2 de Junho porque não tinha dinheiro para pagar a multa de 40.000 yuan (4975 euros) por exceder o limite imposto pela política de controlo de natalidade de “um filho”.

As autoridades da localidade de Zhenping dizem que Feng Jianmei, de 22 anos, concordou. Mas a versão dos familiares ouvidos pela AFP é bem diferente. Segundo um familiar, que confirmou a autenticidade da fotografia que foi posta a circular na Internet, tanto ela como o marido estavam contra a interrupção da gravidez. Os responsáveis do hospital recusaram-se a fazer quaisquer comentários.

“Isto é o que eles dizem que os demónios japoneses e nazis fizeram. Mas isto está mesmo a acontecer e não é, de maneira nenhuma, caso único”, escreveu um cibernauta chinês no site Netease.com.

Desde os anos 1970 que, numa tentativa de controlar o crescimento da sua população de 1,3 mil milhões, a China impõe duras políticas de natalidade. Cada família pode ter apenas um filho, nas zonas urbanas, e dois, nas rurais e apenas se o primeiro for menina.

“A história de Feng Jianmei mostra que a política de um filho continua a permitir a violência contra as mulheres todos os dias”, disse à AFP Chai Ling, do grupo de defesa dos direitos humanos sedeado nos Estados Unidos All Girls Allowed.

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