Submarino de 500 milhões parado para poupar no combustível
“Efectivamente tem havido um reajustamento na realização de exercícios militares, envolvendo a utilização de combustível”, admitiu o Ministério da Defesa ao Correio da Manhã, que na edição desta segunda-feira avança que o aumento do preço dos combustíveis associado à crise está a provocar “limitações operacionais às Forças Armadas portuguesas”.
À semelhança da Marinha, os outros dois ramos das Forças Armadas estão a reduzir as suas operações. A Força Aérea está a cumprir o mínimo de “horas de voos dos aviões F-16” e o Exército limitou os “exercícios militares com as viaturas blindadas Pandur”, indica o mesmo diário.
Na origem destas reduções estão cortes orçamentais nas Forças Armadas num total de 244 milhões de euros. O Ministério da Defesa, tutelado por José Pedro Aguiar-Branco, explica que houve um reajustamento nas operações militares devido “às restrições orçamentais que o país atravessa” e também ao aumento do preço dos combustíveis.
A tutela admite que “os três ramos têm privilegiado e reforçado os exercícios que envolvam menos meios logísticos” mas assegura que Força Aérea, Exército e Marinha mantêm “os níveis de prontidão necessários para o desempenho de funções”.
O “Tridente” foi o primeiro dos submarinos adquiridos pelo Estado ao consórcio alemão Ferrostaal, em 2004, a estar ao serviço da Marinha. Além do “Tridente”, que chegou a Portugal em Agosto de 2010, a Marinha conta também desde o ano passado com o “Arpão”. Os dois custaram cerca de mil milhões de euros.
O submarino utiliza três tipos de combustível – gasóleo, hidrogénio e oxigénio líquido –, uma soma demasiado elevada para as contas actuais da Marinha. O ministério assume que "o submarino e as fragatas estão a navegar menos".