Depois da reocupação, nova limpeza e encerramento da escola da Fontinha

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Ontem, membros do colectivo invadiram a antiga escola Foto: Paulo Pimenta

No blogue do movimento publicita-se que os funcionários municipais chegaram “por volta das 7h da manhã”.

O bairro está calmo e praticamente não há elementos do Es.Col.A nas imediações. O grupo promete concentrar-se, de novo, pelas 18h30, para mais uma assembleia, que servirá para decidir os próximos passos a tomar.

No edifício, ouve-se o ruído de vidros partidos a serem deslocados e há um movimento constante de homens com uniforme municipal que entram e saem com pedaços de madeira, restos de materiais e tudo o que pode ser retirado do local.

A biblioteca da escola, situada numa das salas de aula, permanece intocada. Os armários continuam cheios de livros escolares, revistas e capas de arquivo. Em cima de mesas e pelo chão há computadores a funcionar e outro equipamento informático aparentemente inoperacional.

O comandante da PM, Leitão da Silva, faz questão de mostrar o espaço, contrariando informações que tinham indicado que os agentes municipais e funcionários do município tinham atirado livros pela janela. “Não tocámos na biblioteca. E hoje estiveram aqui quatro elementos do Es.Col.A, a buscar os seus pertences, que só quiseram levar o grelhador. Pedimos para levantarem os livros e disseram que não eram deles”, diz ao PÚBLICO.

O colectivo Es.Col.A ocupou o edifício abandonado em Abril do ano passado e foi despejado a 10 de Maio de 2011. A pressão popular levou, contudo, a Câmara Municipal do Porto a aceitar que o movimento reocupasse a escola, desde que se constituísse como uma associação legal. O grupo fê-lo, na expectativa de obter um contrato de comodato que, alegam, nunca chegou.

Já em Março passado, a câmara ofereceu ao Es.Col.A um contrato que previa a permanência do grupo no edifício até 30 de Junho, mediante o pagamento de 30 euros mensais. O colectivo diz ter recusado o contrato por este prever que seriam despejados no fim de Junho. Há uma semana, o movimento foi de novo despejado, numa operação que levou à detenção de três manifestantes.

Ontem, conforme estava previsto, após uma manifestação de apoio que juntou cerca de um milhar de pessoas, a escola foi reocupada durante algumas horas, e as placas metálicas com que a autarquia tinha selado alguns acessos foram retiradas.

A PM deverá supervisionar um novo encerramento da escola, após os serviços de limpeza. Perante a possibilidade de ocorrer uma nova ocupação, Leitão da Silva avisa: “Quem aqui entrar comete um crime de introdução em espaço vedado ao público e responderá por isso”.

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