Dívidas das câmaras: autarcas dizem que deve haver "um erro"

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Ribau Esteves lamenta que Governo não tenha negociado com a troika sobre a matéria. Pedro Cunha

António José Ganhão, vice-presidente da Associação Nacional de Municípios (ANMP), considerou nesta terça-feira que deve haver "algum erro de informação" para que o ministro avance com um valor de endividamento das autarquias de 12 mil milhões, quando a ANMP reportou cerca de 8 mil milhões, na semana passada.

Ganhão disse estar surpreendido com o aumento do valor do endividamento autárquico para os 12 mil milhões.

"Julgo que haverá algum erro de informação ao senhor ministro. Não quero com isto pôr em causa as afirmações do senhor ministro. No entanto, admito que possa haver uma situação destas, porque o valor é demasiado elevado para aquilo que está contabilizado”, afirmou.

Ganhão é autarca de Benavente e sublinhou que, “até que demonstrem o contrário”, a ANMP “tem de dizer que a dívida deve ser muito próxima daquela que está contabilizada pela Direcção-Geral de Autarquias Locais, ou seja 7800 milhões de euros.”

Ribau Esteves, vice-presidente da ANMP, lamentou nesta terça-feira, em declarações à TSF, que o Governo critique o endividamento das autarquias mas não fale das dívidas da administração central.

“O senhor ministro, de dois em dois dias, fala das dívidas das autarquias, mas eu gostava muito mais de o ouvir falar dos 200 mil milhões de dívida que o Estado português tem por culpa da administração central, dos 46 mil milhões de dívida das empresas públicas de Portugal”, disse Ribau Esteves.

O também presidente da Câmara Municipal de Ílhavo criticou ainda que haja “dinheiro para tudo”, referindo nomeadamente as regiões autónomas, e lamentou que o Executivo não tenha negociado com a troika sobre esta matéria, já que sabia que as autarquias “têm um pequeno problema” de endividamento.

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